Hilsen fra Norge

A Noruega é paisagem, o resto são cidades.
Não pretendo com esta afirmação diminuir o interesse das últimas, mas sim superlativar a beleza natural do país.
Oslo não é uma cidade assim tão feia, que se veja num dia -- este é o tipo de conselhos que me põem os cabelos em pé: acredito que espaços que aglomeram e atraem milhares ou milhões de pessoas alguns pontos de interesse hão-de ter, ou então muito estúpidos devem ser os habitantes locais que não os souberam criar e se contentam em viver estupidamente num sítio feio e desinteressante.
Oslo (com quase meio milhão de habitantes) tem igrejas, museus (muito Munch, muito Munch... e muitos gritos... Aconselho visitarem a Galeria Nacional e o Museu Munch, para terem uma panorâmica mais abrangente da obra do pintor), a fortaleza e o castelo medieval (Akershus slott), o fiorde, o apelo da água, omnipresente.



De barco, chega-se facilmente a Bygdøy e à península de Bygdøynes, onde acumularam alguns museus interessantes (um dos quais, o museu vivo -- Norskfolke Museum --, que não visitei, mas me afiançaram depois ser um dos melhores dentro do género), entre outros:
> o museu do barco viking (Vikingskipshuset), onde se podem observar 3 dos ditos (que em tempos serviram de túmulos, que a turfa e a terra fria conservaram) e explicações detalhadas sobre a vida dos vikings, com as quais tentam provar que os tipos eram sobretudo comerciantes, que até contribuíram para o desenvolvimento de alguns territórios invadidos!;
> o museu Kon-Tiki (Kon-Tiki museet), onde se pode ver a dita jangada e o Ra II, das expedições lideradas por Thor Heyerdahl;
> o museu Fram (Frammuseet), onde se pode visitar o navio onde Amundsen e companhia fizeram as famosas expedições ao Árctico e à Antárctida.
Todos muito bem ilustrados e documentados. Impressionante é ver barcos e navios, alguns de tamanho considerável, metidos dentro de casa (ainda não tinha eu visto o Vasa, em Estocolmo...). Imaginem uma espécie de Museu dos Coches, mas, em vez de coches, com naus e caravelas, e talvez fiquem com uma ideia daquilo que eu quero dizer.
Bom, tenho de confessar que, com muita pena e contra a minha política, acabei por ficar só um dia e uma manhã em Oslo (ainda deixei por ver o parque de estátuas de Vigeland, que me dizem ser belíssimo). Mas é que o apelo da natureza era mais forte, e só tínhamos destinado uma semana para a Noruega.
De Oslo não posso, pois, falar muito mais. Mas ainda conseguimos enfiar quase 3 dias em Bergen (agradeço o conselho à Karen).
É uma belíssima cidade, infelizmente, muito mais turística, confusa e suja que Oslo, mas, também, mais bonita. Encaixada entre sete montanhas e sete fiordes, o seu ex-libris é Bryggen, o porto alemão (classificado pela UNESCO como património da humanidade), que, entre os séculos XIV e XVIII, fez parte da liga hanseática. Era arduamente defendido pelos comerciantes alemães, que tinham leis duríssimas, que impediam, nomeadamente, qualquer contacto com os nativos noruegueses -- imagino como deviam ser amigáveis as relações de vizinhança...



E ainda:
> a fortaleza medieval, com a torre de Rosencrantz e o Håkonshallen;
> os bairros antigos, ainda com casas de madeira, muito bem conservadas;
> o monte Fløyen, com o seu funicular Fløibanen, de onde se tem uma magnífica vista da cidade;



> o mercado de peixe ao ar livre (Fisketorget), no porto, onde se apanham barrigadas de salmão, marisco, caviar e bagas variadas;
> os vários museus (mais Munch, mais Munch, e não só, é claro! Destaco o Museu de Arte e também um pequeno museu vivo, o Gamle Bergen, simpático);
> a sua característica mais marcante: a intensa pluviosidade (cerca de 219 dias por ano). Mesmo assim, ainda conseguimos apanhar umas abertas simpáticas.

Se puderem, aproveitem e vão, à confiança!