Excursão a Lisboa

No fim-de-semana passado, os estudantes Erasmus foram a Lisboa.
Nós saímos de Portalegre às seis horas da manhã de sábado. Fomos de autocarro.
Visitámos a vila de Sintra. Aqui vimos o Palácio da Pena e o Castelo dos Mouros, muito antigo.


O Palácio da Pena, em Sintra

À tarde fomos ao restaurante almoçar. Comemos pão e queijo da Serra, salada, frango com batatas fritas e arroz, café e bolo.
Depois fomos de autocarro até ao Oceano Atlântico. Fomos fazer uma visita ao Cabo da Roca, o ponto mais ocidental do continente europeu. Tirámos muitas fotos, porque a costa é muito bonita (mas perigosa). Depois, fomos ver a Boca do Inferno. Gostámos muito do oceano e do pôr-do-sol.
Nós pernoitámos em Oeiras, na Pousada de Juventude. À meia-noite, fomos de comboio às docas, em Lisboa. Fomos à discoteca Havana. Nós dançámos toda a noite e bebemos muito álcool. Divertimo-nos, mas ficámos muito cansados.


O Cabo da Roca

No domingo de manhã, tomámos o pequeno-almoço na pousada. Comemos pão e queijo e iogurte de frutas e bebemos café com leite.
Fomos de autocarro para Lisboa. Vimos os Jerónimos, a Torre de Belém, a Ponte 25 de Abril, por cima do rio Tejo, o castelo de S. Jorge e o Parque das Nações. Aqui fomos ao centro comercial Vasco da Gama, onde fizemos compras. Vimos uma ponte muito impressionante em Lisboa: a Ponte Vasco da Gama.
À noite voltámos para Portalegre. Ficámos muito cansados. Chegámos a Portalegre às 11 horas.
Gostámos imenso da nossa estadia em Lisboa. Gostámos muito de visitá-la.


Parte do grupo, em Lisboa

Texto de Angela Breen, Caoimhe Murray, Eimear White, Elaine Murphy, Niamh Cooke, Martina Škapincová, Olga Jiříčková e Veronika Šotová
Fotos de Olga Jiříčková e Veronika Šotová

Lembranças do Rio de Janeiro (II)

Nunca me senti verdadeiramente insegura no Rio de Janeiro, talvez por ter tomado toda uma série de precauções: não usar adornos, relógio, roupas ou calçado de marca, ocultar a máquina fotográfica e a carteira. Mas lembro-me da ansiedade que nos causou uma saída mais demorada da Susana e da Otília, que, um serão, nos disseram que iam ao supermercado, coisa de 10 minutos, e só voltaram ao fim de uma hora.
Uma tarde, a caminho da praia de Ipanema, presenciámos uma cena de rua em que uma mulher discutia com um polícia à paisana que levava pelo braço um adolescente que, alegadamente, teria roubado na praia um par de chinelos de dedão. Coisa pouca.
Impressionante era a quantidade de graffiti e pichamentos em tudo quanto era parede. Para mais, como é uso corrente proteger as janelas com grades, estas serviam de pontos de apoio, pelo que todos os edifícios estavam marcados até à altura a que os autores conseguiam chegar: 1º, 2º andar... Cheguei a ver uma igreja cujas esculturas e baixos-relevos permitiram aos moleques trepar até ao topo!
Mas verdadeiramente marcantes foram as silhuetas das crianças caídas no massacre de 23 de Julho de 1993, junto à igreja da Candelária, desenhadas no chão a tinta vermelha e rodeadas de velas e flores.


Mais uma vista do Pão de Açúcar

As minhas imagens\Grécia


O Erecteion, na Acrópole de Atenas


O pôr-do-sol no cabo Sounion, no extremo sul da Ática


O Olimpo


O mosteiro de Osios Loukas


O Mar das Oliveiras, perto de Delfos


A baía de Hania, em Creta


Uma ruela na cidade de Rodes

Tendo adquirido autonomia imagética, não quero deixar de prestar o meu agradecimento ao Google e a todos aqueles que, involuntária e anonimamente, contribuíram para a ilustração deste espaço durante largos meses (mais precisamente, de Julho de 2003 a Julho de 2004).

St. Patrick's parade

Olá, Prof. Teresa!
Voltando um pouco atrás no tempo, recordo a manhã de 17 de Março. Partimos cedo para Dublin, de autocarro, numa viagem que durou perto de 2h, pelo que, ainda não eram bem 11h00, já dávamos nós os primeiros passos pelas ruas de Dublin. Durante a viagem, ao olhar para uma tabuleta indicativa da distância entre as duas cidades, lembro-me de a ter achado muito pequena, mas depois lá me lembrei de onde estava e converti a distância em quilómetros, pois depressa constatei que só podia estar em milhas. A distância entre as duas cidades é de 104 milhas, mas não vou fazer a conversão em quilómetros, apenas deixo a indicação aos mais curiosos que possam ler o texto de que o factor de conversão é de 1.6. As contas não são difíceis de fazer!!
Quando chegámos, o motorista deixou-nos na Parnell Street, a 5 minutos de distância da O'Connell Street, uma larga artéria onde decorreu a parada e onde nós assistimos ao desfile de St. Patrick. O desfile tinha todas as condições para ser um sucesso. Ao contrário do habitual, o dia apresentava-se radioso, o que me deixou agradavelmente surpreendido... e a pensar nas fotografias que podia tirar! Foi muito colorido, principalmente em tons de verde (a cor dominante), branco e laranja, as cores nacionais da Irlanda. No total, éramos 22 estudantes, encabeçados pela sempre bem-disposta armada holandesa, seguida de perto pela numerosa falange belga e, depois, as minorias: uma espanhola, dois gregos e eu, representando as cores nacionais.
No entanto, devo referir que os irlandeses pecam um pouco pela falta de vivacidade tão característica do povo brasileiro e do seu Carnaval. Julgo que isso se deve, em grande medida, ao facto de se tratar de culturas muito distintas uma da outra, do clima tropical brasileiro, que elimina a necessidade de tanta roupa, o que, por sua vez, dá muito mais liberdade de movimentos... A própria música, no caso irlandês, não puxa tanto pela vertente lúdica, pois inclui muitas músicas características de marchas, que, apesar de serem muito interessantes, não conferem o ritmo mais desejado ao desfile. Adorei especialmente as gaitas de foles escocesas, com o seu trautear hipnótico, que num mero piscar de olhos nos parecem transportar a eras distantes. Reparei igualmente que a parada se tem tornado mais internacional nos últimos anos, existindo pequenas secções provenientes de diversos países, das quais destaco as dos EUA e as da Alemanha.
O desfile durou perto de 2h, mas devo referir uma situação engraçada (ou não tão engraçada, depende do ponto de vista), ocorrida durante a parada. Por andar sempre a tentar tirar as melhores fotos, pois a multidão entupia literalmente as ruas e era muito difícil encontrar um local elevado para tirar uma boa foto, acabei por me perder do resto do grupo... Ainda tentei, no meu desespero, subir a um poste, mas fui rapidamente desencorajado por um dos seguranças, que depressa me deu ordem de descida! Deste modo, acabou por ser de forma natural que me perdi durante cerca de duas horas do resto do grupo (mas depois soube que alguns também se tinham separado).
Durante esse tempo, enquanto os procurava, localizei algumas das principais atracções turísticas de Dublin. De entre as que encontrei, destaco: Dublin Castle (onde têm lugar reuniões ao mais alto nível da UE), Dublin Writers Museum (que posteriormente, numa outra ida a Dublin, visitei e, apesar de ter gostado, confesso que me desiludiu um pouco, até pelo preço praticado, 6.5€ - paguei 4.5€ por ser estudante, mas, mesmo assim, achei muito caro), Trinity College (onde se encontra o muito conhecido Book of Kells), National Wax Museum, as pontes sobre o rio Laffey, que atravessa transversalmente Dublin, the St. Patrick's Cathedral and the Christ Church cathedral (onde os sinos nunca se calaram enquanto lá estive), entre outros.
Para grande pena minha, não consegui localizar a fábrica onde se produzem as mundialmente consagradas Guinness!! Mesmo apesar de já ter voltado a Dublin, ainda não consegui satisfazer esse desejo, mas como ainda vou permanecer na Irlanda durante mais seis semanas, vou ver se ainda o satisfaço... Vale bem a pena o esforço... especialmente desde que encontrei um autocarro a fazer o trajecto Belfast/Dublin por 8£, ida e volta! (-:
Saudações Irlandesas,
Pedro Bicho


Foto de grupo tirada em Dublin, antes da parada. Dá para ver alguns dos estudantes Erasmus de verde. A rua por detrás é a O'Connell Street, uma das mais importantes de Dublin, e foi onde terminou a parada realizada a 17 de Março.
Texto e foto de Pedro Bicho

Au Trou Normand

O mais difícil, ao chegar a Bordéus no início de Janeiro de 1990, foi arranjar alojamento. As residências universitárias estavam lotadas, desde o início do ano lectivo, e os quartos e os apartamentos mais aceitáveis estavam já ocupados. Foi necessário recorrer a uma agência imobiliária, e mesmo assim as escolhas foram muito limitadas.
Acabei por alugar um quarto numa pensão, na rue Pelleport, perto da gare St Jean. Chamava-se Le Trou Normand. Era um edifício antigo, de dois andares, como os que se viam por toda a cidade. Os quartos eram uns 10 e ficavam no andar superior, por cima de um bar, mais ou menos tasca, tipo bistrot. Cada quarto estava equipado com aquecimento (indispensável, porque o Inverno foi rigoroso) e casa de banho (lavatório e duche). O WC, colectivo, ficava no corredor.
Era um sítio curioso, onde se passavam coisas estranhíssimas.
Às vezes, era a polícia que aparecia, à procura ora da jovem do quarto ao lado, que tinha fugido com o namorado, um tipo esquisito, que lhe batia (ouvia-se tudo, através daquelas paredes...); ora, creio eu, de todo o género de objectos, trazidos por pessoas muito estranhas, e que o patrão, um bretão enorme e manhoso, passava a outras pessoas ainda mais estranhas.
Quando lá cheguei, fez-me o discurso do ambiente familiar e decente: que não gostava muito de aceitar raparigas, porque já tinha tido uma má experiência, mas que abria uma excepção, porque eu lhe parecia uma boa menina. De qualquer forma, deixou bem claro que era estritamente interdito levar rapazes para o quarto. E fazer barulho durante o dia, porque a maioria dos inquilinos trabalhava de noite.
A mulher do patrão (a 3ª, por acaso), 30 anos mais nova do que ele, morria de ciúmes de mim.
A filha de ambos era uma criança de uns oito ou nove anos, muito branca, muito calada e de aspecto doentio.
O cão, Aldo, era preto, enorme, feroz e odiava-me. Uma vez atirou-se a mim, pensava eu que para me lamber a cara. Pelo ar aterrorizado do dono, que voou pelo bar, para o agarrar, percebi que o assunto podia ter-se tornado sério. Contaram-me depois que, dias antes, o bom do Aldo tinha mandado um homem para o hospital. Nunca mais voltei a descer as escadas sem perguntar, alto e bom som, se o cão estava preso. E confirmava, com os meus próprios olhos, se ele estava atrás do balcão, sempre virado na minha direcção, com um olhar assassino.
Um dia, descobri que andava, inadvertidamente, a partilhar um camembert com um rato, que, uma manhã, ainda a esfregar os olhos, vi atravessar o meu quarto a toda a velocidade. Quando me queixei aos senhorios, a reacção não podia ter sido pior: «Aqui não há ratos! Pensas que estás em Portugal? Este é um país do 1º mundo! Temos água quente e tudo!», disse ela. E, revoltada, ainda insinuou que eu devia andar a tomar coisas esquisitas, que devia ter visto era o cão, que era o único animal permitido no estabelecimento. Ele sorriu, sugeriu que devia ser uma barata grande, o que não me deixou muito mais descansada. Para me tranquilizar, foi pôr um isco envenenado no meu quarto. No dia seguinte, apareceu um ratinho morto à entrada.
Nunca percebi o escarcéu em torno do bicho: nada mais natural, em edifícios antigos, de estrutura de madeira, do que a fauna indesejada. Mas a patroa deve ter pensado que eu estava a criticar a higiene doméstica, que, a avaliar pelo asseio dos donos, não devia ser muita. Por acaso, lembro-me de ter ficado contratualizada a limpeza semanal do meu quarto e de ela, um dia, me ter dito que, como eu era muito limpinha e arrumadinha, a intervenção dela era desnecessária. Além de que não devia achar muito próprio ser criada de uma portuguesa.
Não me lembro do nome dela, ele chamava-se Jacques. Ela chamava-me Têrrêsá, ele chamava-me Márriá, porque dizia que é o nome de todas as portuguesas. E chegou a oferecer-me trabalho como mulher-a-dias, entre outras propostas estranhíssimas.


Da janela do meu quarto, a igreja do Sacré-Cœur

Cartes postales

Porque o meu espólio fotográfico de Bordéus não é grande.


L'église St-Michel, le pont de Pierre et le port de la "Lune" sur la Garonne
© Combier / Mâcon



La Cathédrale Saint-André et la Tour Pey-Berland
© Yvon / S.P.A.D.E.M.



La porte Cailhau
© La Cigogne



La place de la Victoire - La porte Aquitaine
© Combier / Mâcon



La gare St-Jean
© Combier / Mâcon


PS: A Ana já tem o seu próprio espaço cibernético! Não deixem de visitar a Ana in Belfast. E, já agora, podiam passar também pela Ilha do Homem, que no caso é o Tiago, que eu não conheço pessoalmente, mas é irmão do Paulo e estudante ERASMUS em Carlisle.