Ventos de Fevereiro


Portalegre




Beirã (Marvão)




Póvoa e Meadas (Castelo de Vide)


Nisa








Castelo Branco

Os dois últimos já por aqui tinham passado, vistos com outros olhos e a outra luz (e, francamente, mais favorecidos).

Ventos amigos (V)








Farol do Cabo Espichel, Sesimbra, Fevereiro de 2012

O chamado 2em1: catavento com farol acoplado. Simpática contribuição de Rui Cambraia.

ACP #66


Nossa Senhora da Graça de Póvoa e Meadas (Castelo de Vide), hoje

Skarø



No dia seguinte, saímos logo de manhã (que é como quem diz, depois de um pequeno-almoço demorado e conversado, mais a atirar para o meio-dia) para uma excursão à ilha de Skarø. Desta vez, navegámos para sudoeste, pelo estreito de Svendborg, entre as ilhas de Fiónia e Tåsinge (a letra A, no mapa, assinala Skarø).








(quanto a vocações marítimas, estamos conversados)

Skarø é uma ilha pequena e pouco habitada. Na prática, e como estava de chuva, pareceu-nos uma ilha deserta. Demos um pequeno passeio, mas, como o estado do tempo foi piorando gradualmente, acabámos a fazer o nosso piquenique de smørrebrød abrigados dentro do barco, no meio de um temporal.











O tempo melhorou para o final da tarde, proporcionando-nos uma agradável viagem de regresso a Svendborg.


Svendborgsundbroen, a ponte do estreito de Svendborg, que liga a Fiónia a Tåsinge
(em sua homenagem, e porque gosto muito de pontes, vou inaugurar uma nova
etiqueta, que talvez ainda tenha futuro)

Faróis (4)


Meia Praia (Lagos), Julho de 2007

Também costumam chamar a minha atenção os pequenos farolins de balizagem que se encontram à entrada de barras e portos. Servem para sinalizar lateralmente o canal de navegação, pelo que surgem em pares, um vermelho e outro verde. Na região A, de que Portugal faz parte, a embarcação tem de dar bombordo à marca ou luz encarnada.
O primeiro, encontrei-o à entrada do estuário da ria de Alvor, no molhe da ponta leste da Meia Praia (Lagos); o verde fica do outro lado, no molhe da praia de Alvor (Portimão):





Nesta imagem, que já por aqui tinha passado, captada junto ao Forte da Ponta da Bandeira, são visíveis os sinais de balizagem à entrada da barra da ria de Bensafrim (acesso ao porto de Lagos):


Lagos, Julho de 2007

Pela mesma altura, avistei mais estes dois, em Sines:




Sines, Julho de 2007

A propósito de faróis, encontra-se aqui uma boa infografia do jornal Expresso, sobre os faróis de Portugal.

Pedras grandes





Há já algum tempo que deixei de acreditar nas setas que indicam monumentos megalíticos. Umas vezes, obrigam uma pessoa a conduzir por caminhos de cabras, para depois chegar a uma propriedade privada, fechada, e não ter possibilidade de ver o monumento ao perto (ou de o ver de todo). Outras vezes, aparece uma única seta, no início da estrada ou caminho, e não há qualquer outra indicação, numa extensão de quilómetros. E numa paisagem muito pedregosa, como é o caso de algumas zonas da serra de S. Mamede, torna-se muito difícil distinguir, de dentro do carro, uma anta incompleta e tombada de um qualquer outro amontoado de pedras. Por isso, agora, quando vejo uma seta, até desvio o olhar, para não ter tentações.
Anteontem, não sei porquê, abri uma excepção. Talvez porque tenho boa impressão da relação que a Câmara Municipal de Castelo de Vide tem com o património arqueológico: regra geral, as indicações são muito precisas e completas. E lá fomos em busca do Parque Megalítico dos Coureleiros (IV-III milénios a.C.), onde havemos de voltar, para explorar melhor o local. Para já, ficam aqui registos das antas 1, abaixo, e 2, acima (são quatro, no total, segundo a CMCV; o IGESPAR refere uma quinta anta).



At sejle er at leve


Svendborg (Dinamarca), Agosto de 2007

Lembro-me de o meu amigo Vítor ter discorrido, em tempos (onde terá sido, exactamente?), sobre a vocação marítima dos dinamarqueses, que considerava hoje bem mais viva que a dos portugueses, que tanto a reclamam. Quanto a isso, não tenho nada a dizer, até porque não tenho dados estatísticos em que me apoiar. Mas o que sei é que as nossas concepções sobre os outros dependem muito dos meios em que nos movemos e das pessoas com quem nos damos. A nossa imersão num determinado meio torna-o mais visível e relevante para nós. Assim de repente, lembro-me dos tempos em que vivi rodeada por, sequencialmente: aficionados tauromáquicos, músicos, advogados, adeptos de filosofias de vida de inspiração oriental, artistas plásticos. O meio profissional e a geografia desempenham um papel que pode ser determinante, e por isso é que os professores e os linguistas são uma constante na minha vida, há já bastante tempo, assim como os entusiastas equestres o têm sido, mais recentemente. Navegadores, só me recordo de ter conhecido a Berta, que andou pelo meu círculo de amizades por pouco tempo, e que foi a única pessoa que conheci, em Portugal, com barco e habilitação para o pilotar. O que não quer de todo dizer que não haja muitas mais (a ocupação das marinas o indicia), eu é que (ainda) não as encontrei.
Tudo isto para dizer que não faço a mínima ideia se os portugueses têm hoje mais ou menos vocação marítima do que tiveram (?) em tempos (o meu amigo Lopo terá opinião mais clara sobre o assunto), da mesma forma que, se não tivesse ido à Fiónia, teria ficado com a impressão que os dinamarqueses se pelam é por maquinaria agrícola pesada. Mas aqueles dois dias em Svendborg foram suficientes para me mostrarem a Dinamarca através dos olhos de quem vive para navegar e navega para viver.
O Jens-Otto é assim, piloto por vocação, hoje no mar, como já o foi no ar. Naquele dia, foi retido por um contratempo, que o demorou mais do que o previsto. Para não perdermos mais tempo, pediu-nos para o esperarmos no porto, onde embarcámos, assim que ele chegou, para uma saída de veleiro, que nos ocupou o resto da tarde. A chuva tinha, entretanto, parado e o sol tornou o passeio ainda mais agradável.
Nesse dia, navegámos, durante umas duas horas e meia, para leste, pelo estreito de Svendborg, entre as ilhas de Fiónia e Tåsinge (e talvez Thurø). No dia seguinte, fizemos uma excursão à ilha de Skarø, de que falarei noutra altura.

















Svendborg


Svendborg (Dinamarca), Agosto de 2007

Como não nos demorámos muito em Odense, por causa da chuva, chegámos a Svendborg demasiado cedo para o nosso encontro. E continuava a chover. Estacionámos no centro, demos umas voltas por ali e acabámos a comer qualquer coisa num kebab, numa rua comercial.



Do centro de Svendborg, retive os imponentes edifícios históricos, maioritariamente em tijolo, vestígios, certamente, de um passado industrial e comercialmente relevante, e as igrejas medievais:



Sankt Nicolai Kirke: a igreja de S. Nicolau reclama para si o título da mais antiga de Svendborg (construção primitiva iniciada, crê-se, por volta de 1180), apesar de ter sofrido grandes intervenções e modificações ao longo do tempo.



Vor Frue Kirke: a igreja de Nossa Senhora, cuja construção foi iniciada em meados do século XIII, gaba-se, por sua vez, de ser a maior do Sul da Fiónia.



Anne Hvides Gård: o edifício residencial mais antigo de Svendborg (ca. 1560) alberga hoje o museu da cidade.



Sct. Nicolai Apotek: farmácia de S. Nicolau, inaugurada em 1897.



Wiggers Gård: casa comercial construída em 1939, ao estilo renascentista; tem um catavento lindíssimo, em forma de barco, que, na altura, me passou despercebido (quem é que me arranja uma fotografia em condições?).



Svendborg Dampmølle: construído em 1858, o armazém amarelo foi inicialmente um celeiro, depois um moinho a vapor, tendo ocupado, durante mais de um século, uma posição de destaque no panorama industrial da região.