La Luminara
Pisa (Itália), 16 de Junho de 2014
Na noite de 16 de Junho, véspera do dia do santo padroeiro da cidade de Pisa, assisti à Luminara di San Ranieri, uma celebração de História, luz e som que junta muitos milhares de pessoas nas margens do rio Arno.
As janelas decoradas com velas causam grande impressão na noite e produzem belíssimos reflexos no rio. O espectáculo de fogo preso e solto é impressionante e vale bem os incómodos da espera e o terror da debandada, quando somos espremidos pelas estreitas ruas de regresso ao centro.
Letreiros de azulejo
Assinado: A. Quaresma -A-ILLUSTRADORA-
Através de Pedro Figueira, que o recebeu de Carlos Caria, que o buscou junto do ACP, chegou-me um documento dactilografado, digitalização de fotocópia do original, que reza assim:
MARCAÇÃO DE POVOAÇÕES
Exmº. Senhor
Para applicação da verba que por decréto de 27 de Maio de 1911 é attribuida a este Club, tomamos a liberdade de enviar a V.Exª a senha de caminho de ferro Nº.___ que consta de um caixote com letreiros de azulejo destinados á marcação das estradas.
Contamos com o auxilio da digna Camara de sua presidencia para a collocação dos referidos letreiros de azulejo, mas no caso de V.Exª não ter verba por onde possa ser feito esse serviço, de vantagem indiscutivel para o turismo em Portugal, aguardamos que V.Exª nos envie a nota da despeza para immediatamente o reembolsarmos da sua importancia.
Os letreiros devem ser collocados conforme indica o desenho junto em cada uma das entradas de cada povoação abaixo mencionadas.
Pedimos a V.Exª o favor de nos accusar a recepção d'este officio.
SAUDE E FRATERNIDADE
Lisboa 21 de Agosto de 1912
Exmº. Sr. Presidente da Camara Municipal de
(ass.) José Lino Junior
Director-Thesoureiro
A acompanhar esta minuta, uma lista de localidades, organizadas por distrito e concelho, e com menção, manuscrita, da quantidade de letreiros colocados em cada uma, assim encabeçada:
Nota dos nomes das povoações marcadas com os letreiros de azulejo do Automovel Club de Portugal no anno de 1915
Não é, claramente, a primeira lista, visto que lhe faltam todas as capitais de distrito e muitas cidades e vilas importantes, mas constitui um interessante testemunho da história das placas toponímicas do ACP, designadas, à data, por "letreiros de azulejo" (nome bem mais bonito do que aquele que, à falta de melhor, lhes arranjámos).
Aparentemente, este é o único documento sobre o assunto que existe nos arquivos do ACP. Sabe-se, porém, de corre voz, que as placas foram colocadas entre 1912 e cerca de 1930.
Na lista apensa à minuta acima, reparei no número de placas colocadas em cada localidade, que variam entre 1 e 5 (Fundão e Sesimbra). O colega Pedro Figueira notou um pormenor ainda mais interessante: a inclusão de "Tuy" no concelho de Valença. Vou considerar alvíssaras para quem encontrar e me fizer chegar imagem de pelo menos um dos dois letreiros colocados em Tui em 1915.
Quanto à ilustração (o "desenho") que acompanha a carta, é por si só uma preciosidade, senão mesmo um programa. Sobre o ilustrador, descobri, pelo notável Almanaque Silva, que é de sua autoria um dos 12 Quadros Educativos com que, em 1917, a I República decorou as escolas portuguesas (mais precisamente, o segundo aqui representado, SAUDA A BANDEIRA).
Uma curiosidade: a colocação dos letreiros do lado esquerdo da estrada devia-se ao facto de que, à data, se conduzia em Portugal por essa mão. A condução pela direita só foi introduzida no país em 1 de Junho de 1928.
Os meus agradecimentos aos colegas Pedro Figueira e Carlos Caria, por esta magnífica colaboração.
ACP #111, #112, #113 e #114
Tercena (Barcarena, Oeiras), Setembro de 2014
Não, esta não é nova, já por aqui tinha passado, mas está renovada, com a casa pintada de amarelo. Nova é a próxima, se bem que bastante envelhecida, apesar de acentuada e com o O virado. Segundo o caçador, estava, em Outubro passado, "a menos de 100 metros da primeira, do outro lado da estrada".
As variações ortográficas continuam nas próximas:
Abuxarda (Alcabideche, Cascais), Dezembro de 2014
Almoçageme (Colares, Sintra), Dezembro de 2014
Colaboração, que muito agradeço, de Pedro Figueira.