O meu pé de abacate
Portalegre, Setembro de 2015
O meu novo abacateiro tem crescido a olhos vistos. Agora, coloca-me um problema, porque não sei o que fazer com ele. Os irmãos mais velhos, ao contrário do que me tentaram fazer crer, não resistiram aos rigores do Inverno, no monte. A este, tenho dado mimos e estufa, um ambiente protegido que é o único que ele conhece: não tenho coragem de o enviar à sua sorte, meu pobre menino.
Por outro lado, o vaso da lúcia-lima, depois de o umbigo-de-vénus e as papoilas terem secado, alberga ainda as duas macieiras e o gerânio. Felizmente que as outras macieiras não vingaram, no vaso da hortelã, mas, entretanto, atirei umas sementes de papaia para o vaso da salsa e, em pouco tempo, tinha o espaço todo ocupado.
Vou tentar mantê-lo à minha beira, enquanto nos for possível.
Diário
No princípio, era assim: um velho caderno de capa preta, onde ia anotando pormenores das viagens -- nomes de lugares, palavras estrangeiras, todo o tipo de detalhes que não queria esquecer, assim como alguns comentários mais pessoais. Acima, impressões de Oslo, aquando da primeira viagem que fiz aos países do Norte.
Depois, porque estava na moda, passei-o para aqui, e foi ficando assim. Na verdade, nunca foi bem um diário: as entradas iam surgindo à medida que tinha tempo ou vontade para isso, ou que tinha alguma coisa para contar. No entanto, nunca prescindi das anotações manuais, mais portáteis em viagem. Abaixo, o bloco pequeno que me acompanhou, no ano passado, novamente até ao Norte:
Este ano, por uma questão de disciplina (ou apenas para variar), resolvi fazer uma entrada por dia: coisas que me passam pela retina, pela lente ou pela mente. Vamos ver quanto tempo dura.
A minha menta florida
Portalegre, Setembro de 2015
Venderam-ma, há anos, como hortelã, que não é. Mantive-a, porque gosto do aroma que se liberta quando a rego ou lhe toco: um cheiro a lembrar alfazema. No entanto, nunca percebi o que fazer com ela: não gostei dela em chá e não quero arriscar pô-la na comida. Ainda não a consegui identificar, de entre as muitas variedades de menta que existem. As folhas, em jovens, são verdinhas; quando envelhecem, tornam-se arroxeadas. Agradeço sugestões.
Depois do adeus
Portalegre, Setembro de 2015
Encontrei hoje assim o Pátio da Palmeira do Palácio Achaioli. Anteontem, tinha-o deixado já com os andaimes montados, para a intervenção do dia seguinte:
Ontem, tratei de andar por longe.
Ouvi falar de um octogenário que veio presenciar o abate da árvore que conhecia desde criança, à qual o Professor Martinó dedicou dois textos (aqui e aqui), recheados de memórias e imagens, como estas (clicar para aumentar):
Segundo as suas contas, baseadas nesta fotografia que lhe é anterior, teria sido plantada em meados da década de 1920 ou pouco depois (clicar para aumentar):
Agora, sobram as memórias, o vazio e um coto no chão:
Parabéns Carla
Portalegre, Setembro de 2015
Passo por ele na azinhaga, quase todos os dias, há vários anos. Nunca soube quem era a Carla, provavelmente, já nem por lá anda, só lhe ficou o nome na parede.