O meu país enlatado


Lisboa, Setembro de 2018

Entalado em latas.

Esmalte azul (14)


Lisboa, Novembro de 2017










Barreiro, Agosto de 2018

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Margem Sul


















Rio Tejo, Agosto de 2018

De Almada ao Barreiro, e volta.

Fontes de São Gonçalo


Amarante, Agosto de 2018

É conhecida como Fonte de São Gonçalo, a fonte de espaldar maneirista adossada ao exterior da sacristia da Igreja de São Gonçalo.
Estava, originalmente, colocada num plano inferior, sob a janela da mesma sacristia, num pátio junto da escada que descia para o rio Tâmega. Localizava-se muito perto do túmulo de São Gonçalo e a sua água era tida como procedente da nascente que, diz a lenda, o Santo fez brotar de um rochedo para saciar a sede dos trabalhadores da sua ponte, e era por conseguinte considerada miraculosa, servindo, por esse motivo, para abluções e purificações.
Nos anos 30 do século XX, foi movida para a sua localização actual (aqui), pelo facto de se ter aterrado a área das escadas e zona envolvente, para criação de um espaço amplo, ou terreiro, a um nível superior ao daquele em que ela se encontrava.
É uma fonte de granito, em cantaria, pontuada a policromia vermelha, com espaldar recto, enquadrado por pilastras toscanas, entablamento com inscrição epigrafada, com pedra de armas da Ordem Dominicana, ao centro, e remate em frontão interrompido pela pedra de armas real de D. João III; bica circular, ornamentada por um florão e encimada pela data de 1545, sob nicho com baldaquino, hoje vazio, mas que albergou uma imagem de São Gonçalo; tanque rectangular.
A inscrição faz referência às suas águas ditas miraculosas: "GONSALIS O SANCTISSIME QVOS / PASCIS HIC AMPLISSIME / NOS TERGE APIACVLIS HOC FONTE ET MIRACVLIS".







No centro do Claustro Velho do convento, encontra-se ainda uma fonte de granito, sobre base quadrangular de dois degraus, tanque de quatro faces iguais, côncavas ao centro, com coluna bojuda e duas taças sobrepostas, com bicas carrancas e coroamento por pinha, da autoria de João Lopes de Amorim, mestre-de-obras de pedraria e arquitecto, natural de Ponte de Lima.
O contrato realizado com o artista, a 26 de Outubro de 1606, determinava que, além de uma escada sobre o claustro, seria construída uma fonte com "duas taças, uma grande e outra pequena", "em cima da pequena haver[ia] um menino com um chapéu na cabeça" e "quatro serafins para que por eles caia água". No entanto, o trabalho final sofreu alterações ao que ficara estipulado.





Mais pormenores sobre as fontes e a construção da igreja e do convento, aqui:

CARVALHO, Lúcia Maria Ribeiro (2006). A Construção do Convento de S. Gonçalo de Amarante. In Estudos em homenagem ao Professor Doutor José Amadeu Coelho Dias. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, vol. 2, pp. 51-66.

Igreja e Convento de São Gonçalo


Amarante, Agosto de 2018

Gonçalo de Amarante, o beato a quem o povo chama santo, aí viveu e morreu, em 1262, na pequena ermida que ergueu. Destacou-se por uma vida de pregação e oração, pelas muitas conversões que operou e pela ponte de granito que fez construir, sobre o rio Tâmega, com o dinheiro que diligentemente angariou.







Em 1540, D. João III de Portugal e sua esposa, D. Catarina de Áustria, decidiram construir, no lugar da ermida, um templo sumptuoso e um convento dominicano, sob a invocação de Gonçalo de Amarante. As obras iniciaram-se em 1543, tendo-se prolongado por várias décadas, com o edifício a sofrer intervenções até ao século XXI.
O conjunto foi classificado como Monumento Nacional em 1910.





O complexo é hoje ocupado pela Igreja de São Gonçalo, pelo Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso e pela Câmara Municipal de Amarante.







Visitámos a igreja, a sacristia, o claustro e o museu, para vermos a exposição Os Modernistas, Amigos e Contemporâneos de Amadeo de Souza-Cardoso, que integra seis dezenas de obras de 14 pintores modernistas da Colecção Millennium BCP.



Por este rio acima






















Amarante, Agosto de 2018

O Rio Tâmega nasce na Serra de São Mamede da Galiza e desagua no Rio Douro, em Entre-os-Rios. Pelo caminho, passa por Chaves, onde o conheci primeiro. Para dizer a verdade, o contacto inicial foi com o Açude da Veiga, em Vila Verde da Raia, no final dos anos 70, a minha primeira praia fluvial. Mais tarde foi o rio Vouga, em São Pedro do Sul, até voltar a banhar-me no Tâmega, desta vez em Amarante.
É um belo rio, que torna a cidade ainda mais bonita.