#TBT: Monforte, 2006


Monforte, Maio de 2006

Fui pela primeira vez a Monforte, em Maio de 2006, quando, uma vez mais, tirámos o dia feriado para sair da cidade e explorar os arredores. Na verdade, pretendíamos visitar o sítio arqueológico da Villa lusitano-romana de Torre de Palma, mas, antes, fomos passear pela vila. Passámos pela Igreja da Madalena (acima), onde funciona hoje o Museu de Monforte, e pela Igreja Matriz (ou de Nossa Senhora da Graça), de que apanhei a entrada da Capela dos Ossos:







Mais uma volta ou outra, a Torre do Relógio, a casa no Canto do Prior (acima), e acabámos no miradouro do castelo, de onde se tem uma vista privilegiada sobre o Rossio, com as suas três igrejas. Na imagem, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em primeiro plano; mais à frente, a Capela do Calvário; e ainda a Ponte Romana sobre a Ribeira de Monforte, que já por aqui passou.



Dessa visita, não guardo mais recordações, mas, depois dela, voltei lá mais vezes.

Chafariz da Torrejana




Alter do Chão, Dezembro de 2017

Apanhado em andamento, o Chafariz da Torrejana fica à beira da EN 369. A sua construção teve lugar em meados do século XVI, por iniciativa do Duque D. Teodósio, e sofreu reformas nos séculos XVIII e XX.

Natal dos simples


Amadora, Dezembro de 2017

Há várias décadas a fazer as alegrias da pequenada, passou para a nova geração, reforçado com novas aquisições. Três vieram da Feira de São Mateus.





Stille Nacht






Crato, Dezembro de 2017

Wonderland Lisboa


Lisboa, Dezembro de 2017

Apesar de as filas para as diversões serem absurdamente grandes, é um espaço agradável. A roda gigante oferece uma vista belíssima até ao rio.











Shalom


Lisboa, Novembro de 2017

Em Santa Apolónia, obra de artista que assina Klassy e revela caras escondidas em manchas pré-existentes no chão, em muros, paredes.

#TBT: Jardim Zoológico de Lisboa, 2006


Jardim Zoológico de Lisboa, Maio de 2006

Gosto de jardins zoológicos, acho que um bom espectáculo de circo tem de ter animais e gosto de animais. E não encontro contradição entre os três termos. Cada um é como cada qual, e eu não acho que um bom zoo ou um circo de excelência tenham de representar uma degradação da qualidade de vida ou da dignidade dos animais maior do que uma existência confinada a um apartamento. Não morro de amores por canis públicos e não nutro ideias líricas sobre uma eficaz protecção dos animais no seu meio ambiente. É como em tudo, há casos e casos: um rinoceronte que vive os últimos dias da sua vida e da sua espécie rodeado por guardas armados, 24 horas por dia, não me parece um bom exemplo de liberdade. O Antropoceno encarregou-se de promover a degradação da maior parte dos habitats naturais, muitos dos quais não servem hoje nem para os seres humanos. No fim de contas, um jardim zoológico é, muitas vezes, um mal menor.







Durante toda a minha infância, tínhamos como rotina anual uma visita ao Jardim Zoológico de Lisboa, rotina essa que quebrei, como seria de esperar, na adolescência. Regressei já adulta e, desde então, vou lá todos os anos, ou quase. Por essa razão, fui acompanhando a evolução na sua concepção. Ainda me lembro do gorila, aos gritos, enlouquecido entre grades; do último orangotango, solitário e deprimido, numa gaiola interior; da Tenda do Faustino, que, como a Aldeia dos Macacos, reproduzia um ambiente humano, para gáudio da pequenada, mas não necessariamente dos símios; da gaiola decorativa do corvo Vicente, símbolo da cidade; do cheiro das jaulas dos tigres. Sobretudo, muito cimento e grades, e animais em exposição.







A partir de 1990, o Jardim Zoológico adaptou-se à nova filosofia vigente em espaços congéneres, a que passou a estar associado, em rede: enriquecimento ambiental para as instalações dos animais, intervenção pedagógica junto dos visitantes, investigação e conservação das espécies. Aos poucos, a vegetação tomou o lugar do cimento, e o vidro e fossos com água, o das grades. Os animais passaram a poder esconder-se dos olhares indesejados, a ter espaços mais amplos, com zonas diversificadas e, sobretudo, companhia (e, na maior parte das vezes, família). O mais fascinante foi perceber que várias espécies (sobretudo, aves) deixaram de viver aprisionadas, simplesmente porque perderam a vontade de fugir. Por exemplo, os pelicanos, cujos exemplares mais antigos têm ainda as asas mutiladas, para os impedir de voar, têm hoje essa capacidade, mas não abandonam as instalações; os pavões, há muito que circulam em liberdade (e nem estão já listados entre as espécies acolhidas).





Não é o jardim do Éden, pois não, nem é melhor que a savana ou uma floresta virgem, mas é um espaço em que os animais, aparentemente, se sentem bem e seguros. E, para os visitantes, é um lugar de aprendizagem e de exploração (muitos animais são mais difíceis de encontrar do que o Wally).





A renovação continua, e é raro o ano em que não há novidades. Este Verão, senti, sobretudo, a falta do Tio Pelicas, o pelicano ancião que sucumbiu aos seus provectos 29 anos. Em comparação com a visita de 2006, cujas memórias reavivei, é a ausência do urso-negro-asiático a que mais tenho notado, mas regressaram os grandes primatas, agora com excelentes instalações que, em dias de muito calor, até fazem inveja aos macacos nus. Em 2006, ainda não havia, no Zoo, linces-ibéricos (que raramente se deixam ver), na tapada que, em tempos, foi ocupada por lobos. Por outro lado, podíamos entrar no Parque Arco-Íris e interagir com as aves, o que tem estado vedado nos últimos anos. A Baía dos Golfinhos estava, na altura, reduzida à Casa da Lagoa, onde se realizavam os espectáculos. Por acaso, este ano, também dei pela falta do treinador mais velho (à esquerda, na imagem), que não participou no espectáculo e se remeteu aos bastidores.