Um São José de azulejos T5:19


Fronteira, Abril de 2023

É sempre assim, com os santos da casa: Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa; Nossa Senhora da Orada, em Sousel; Nossa Senhora da Vila Velha, em Fronteira.
O primeiro painel, tinha-o já registado aqui; os restantes são novos.













Além destas, encontrei outras representações marianas, em Fronteira: Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora da Misericórdia.









Prima (7)




















Portalegre, Abril de 2023

Life 02






Benfica, Lisboa, Dezembro de 2022

Trabalho do artista brasileiro Erb Mon, realizado num posto de transformação e numa caixa de electricidade, na Estrada de Benfica, em 2019. Em Dezembro, quando por ali passei, era uma ilha, no meio das obras.

"The metaphysical symbolism of the labyrinth is a contemplation diagram that puts us in touch with the initiatory path, with the spiritual path."

Memória futura (3)




Vila Viçosa, Janeiro de 2023

De entre os vários monumentos de homenagem existentes em Vila Viçosa, o que mais se destaca é, sem dúvida, a estátua equestre de D. João IV, erigida no âmbito das comemorações do centenário da Restauração e da Fundação da Casa de Bragança.
Em 1938, o ministro das Obras Públicas, Engenheiro Duarte Pacheco, confiou ao escultor Francisco Franco de Sousa a execução do modelo da estátua equestre, a erguer em 1940, e ao Arquitecto Porfírio Pardal Monteiro, na qualidade de assessor de Francisco Franco, o estudo da urbanização do terreiro e a elaboração do projecto do pedestal, ficando estes de apresentar o programa de conclusão dos estudos do projecto e o modelo da estátua até ao dia 15 de Outubro desse ano. Na verdade, o projecto acabou por se atrasar e o máximo que a Comissão Nacional dos Centenários conseguiu ter, em 1940, foram duas provas fotográficas da maquete, para a execução dos selos postais comemorativos, e uma cópia em gesso da estátua, que foi apresentada na Exposição do Mundo Português.





É um monumento imponente, com mais de seis metros de altura, uma obra "de grande dignidade na sua cuidada elaboração, síntese de bons exemplos bem unificados, velasquenha por necessidade e funcionando como se pretendia, e com escala suficiente, no vasto terreiro do Paço Ducal" (palavras de José-Augusto França, aqui). Está situado no centro do Terreiro do Paço, com o Paço Ducal atrás e rodeado pelo Convento das Chagas, o Paço dos Bispos e o solar dos Caminha.
Teve, porém, uma história atribulada. Segundo João Vieira Caldas, arquitecto e autor de um livro biográfico de Pardal Monteiro, começou aqui a ruptura entre o arquitecto e Duarte Pacheco, que determinou o seu afastamento prolongado de toda a encomenda pública, levando-o a aceitar a realização de projectos para vários prédios de rendimento em Lisboa. Ao que parece, Duarte Pacheco gostava de "comentar os desenhos que lhe eram apresentados riscando-os com o lápis, hábito que irritava profundamente Pardal Monteiro". Por isso, quando lhe mostrou os desenhos para o arranjo do Terreiro do Paço Ducal em Vila Viçosa, projecto datado de 1938/39, o arquitecto resolveu apresentá-los cobertos por um vidro. "Duarte Pacheco não disse nada na altura, nem voltaria a falar no assunto, mas a sua relação com Pardal Monteiro esfriou completamente e não voltou a chamá-lo para qualquer tipo de trabalho ou de conselho", conta Vieira Caldas. Mas o caso mais grave estava ainda por acontecer.

"Na manhã de 15 de Novembro de 1943, Duarte Pacheco foi a Vila Viçosa, inteirar-se dos trabalhos em curso para a construção da estátua de D. João IV, mas queria chegar a tempo ao Conselho de Ministros, marcado para a tarde. Ao regressar a Lisboa, na Estrada Nacional n.º 4, no lugar da Cova do Lagarto, entre Montemor-o-Novo e Vendas Novas, o veículo oficial seguia a alta velocidade e despistou-se, embatendo com o lado direito num sobreiro. Um acompanhante teve morte imediata. Os outros sofreram ferimentos relativamente ligeiros. Os de Duarte Pacheco foram graves. O ministro foi transportado para o Hospital da Misericórdia em Setúbal. Mal foi informado, Salazar seguiu para lá, fazendo-se acompanhar de um grupo de médicos reputados. De nada puderam valer e, na madrugada de 16, era confirmado o óbito de Duarte Pacheco, devido a uma hemorragia interna".
Três semanas depois, foi inaugurado o monumento, com pompa e circunstância, tendo sido gastos 20.000$00.
"Com a presença das mais altas individualidades do Estado Novo, é inaugurada, em Vila Viçosa, a 8 de dezembro de 1943, a estátua equestre de D. João IV, construída em bronze pela mão do escultor funchalense Francisco Franco.
O discurso oficial esteve a cargo do académico Júlio Dantas, escritor, médico, político e diplomata.
No Diário de Lisboa, publicado na tarde desse dia, é bem visível, na introdução que é feita a este acontecimento naquela vila alentejana, o pendor literário dos articulistas que, na época, redigiam as notícias nos diversos órgãos de informação:
«Vila Viçosa, pousada como uma grande pomba branca na planície que faz o sopé das vertentes da pequenina serra de Borba, envolvida de olivais, emoldurada de chaminés recortadas de casario alentejano, de torres de igrejas e de coruchéus de palácios, acordou hoje engalanada»."


No dia 9 de Outubro de 1954, a Fundação da Casa de Bragança solicitou ao município autorização para colocação, no sopé do monumento, de um florão de bronze, que o embaixador do Brasil iria oferecer, de dimensões semelhantes às do florão colocado no monumento de D. Pedro IV, em Lisboa, igualmente oferecido pelo Brasil.

Praças da República (13)






Sousel, Abril de 2023

Em Sousel, na Praça da República, encontram-se os Paços do Concelho e, ao lado, o Pelourinho. Há dez anos, fotografei-o e falei dele aqui, mas as condições de luz não lhe faziam justiça. Aproveitei, desta vez, para o ver com mais detalhe, num momento de boa iluminação.

"Pelourinho reconstruído no séc. 20, de tipo pinha espiralada, aproveitando alguns elementos da estrutura primitiva seiscentista, como o capitel e o remate. Apresenta estrutura em cantaria de mármore, com soco de planta quadrangular, de quatro degraus, de focinhos salientes, sobre o qual se dispõe base cúbica, com escócia, decorada por pequenas bosantes, dupla moldura, a superior em cabo, e a coluna. Esta tem fuste octogonal, liso, formado por três tambores. No topo dispõem-se os quatro ferros de sujeição, reconstruídos, com motivo zoomórfico, segurando argola. O capitel é formado por astrágalo, coxim tronco-piramidal invertido, decorado com motivos côncavos, friso encordado, sobreposto num dos lados por brasão real. Remata em pinha espiralada, ornado inferiormente por anel entrançado, coroada por pequenas figuras antropomórficas, sobrepujada por uma cruz latina em ferro."
Está classificado como Imóvel de Interesse Público, desde 1933.







Outros achados relevantes foram as placas hodonímicas de Vila Viçosa (que, desta vez, vi com os meus próprios olhos e lente) e de Fronteira.




Vila Viçosa, Janeiro de 2023


Fronteira, Abril de 2023

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