Pelourinho de Alter do Chão


Alter do Chão, Abril de 2016

O Pelourinho de Alter do Chão data do século XVI, muito provavelmente da altura da atribuição do novo foral por D. Manuel I, em 1512. No século XX, foi desmontado e, alguns anos depois, remontado, com erro na posição dos troços do fuste. Da mesma forma, foi-lhe atribuída a classificação como Monumento Nacional, em 1910, que foi anulada em 1934.



Trata-se de um monumento de estilo manuelino, de que subsistem alguns elementos integrados na estrutura reabilitada no século XX. Estrutura em cantaria de granito, composta por soco circular de três degraus com focinho saliente, o primeiro mais alto num dos lados, adaptando-se ao declive do terreno. No centro da plataforma, surge a base da coluna, de peça única, formada por pedestal cilíndrico, encimado por uma zona côncava, que se separa por um anel do fuste. Este é segmentado por anel ornado por elementos fitomórficos com dois troncos entrelaçados com folhas e rosetas alternadas, e constituído por dois feixes sobrepostos de quatro colunas torsas, cujas espiras evoluem em sentidos distintos. Remate em estrutura campaniforme, encimado por esfera armilar metálica.

Largo de São Domingos










Viana do Castelo, Agosto de 2022

Pequena panorâmica do Largo de São Domingos, com a igreja homónima, o monumento de homenagem a Frei Bartolomeu dos Mártires e a Casa dos Barbosa Maciel, casa nobre do século XVIII, onde funciona hoje o Museu de Artes Decorativas.

Igreja de São Domingos (2)


Viana do Castelo, Agosto de 2022

A Igreja de São Domingos é também conhecida como Igreja de Santa Cruz do Convento de São Domingos, porque o convento dominicano foi inicialmente denominado de Convento de Santa Cruz pelo seu fundador, Frei Bartolomeu dos Mártires.
Nascido em Lisboa, em 1514, D. Frei Bartolomeu dos Mártires foi Arcebispo de Braga, entre 1559 e 1582, e reivindicou o título de Primaz das Espanhas. Foi um influente doutor da Igreja e teve uma importante participação no Concílio de Trento. Passou os últimos anos da sua vida no convento vianense, onde morreu, em 1590, e está sepultado na capela-mor da igreja. Foi beatificado em 2001, pelo Papa João Paulo II, e canonizado em 2019, pelo Papa Francisco. Em 2008, a Câmara Municipal de Viana do Castelo erigiu-lhe uma estátua, no Largo de São Domingos, em frente à Igreja.





A Igreja de S. Domingos foi construída entre 1566 e 1576, sob risco do dominicano Frei Julião Romero, o mesmo que já traçara a Igreja de São Gonçalo de Amarante. A fachada é maneirista, da ordem monumental, mas o interior cripto-colateral é de estilo jónico, de grande sobriedade, que foi compensada por uma grande riqueza de talha dourada, a partir de 1618. De entre os altares, assumem destaque o grandioso retábulo do braço norte do transepto, em "talha gorda", entalhado pelo mestre bracarense José Álvares de Araújo, a partir do desenho encomendado pela confraria do Rosário, em 1760, ao mestre André Soares, e que recebeu do prestigiado especialista Robert Smith a classificação de "obra-prima do estilo rocaille de toda a Europa"; mas também o retábulo do Sagrado Coração de Jesus, em estilo nacional, proveniente da demolida Igreja de Monserrate, o retábulo da capela de Nossa Senhora dos Mares (1618) e o do altar-mor, com elevada tribuna.







A igreja constituiu paradigma das origens do chamado estilo chão, marcado pela austeridade e sobriedade das formas. Possui planta composta por uma nave em cruz latina, com capelas laterais intercomunicantes, separadas por arcaria da ordem jónica, e capela-mor rectangular, com cobertura de madeira. Apresenta fachada principal tipo retábulo, maneirista, com grandes semelhanças com o pórtico lateral do Convento de São Gonçalo de Amarante, também do arquitecto Frei Julião Romero, cujas fachadas têm como característica a confluência de elementos decorativos renascentistas com modelos compósitos de tratadística mais tardia. Na igreja de Viana, as colunas, entablamentos, nichos e a sua coroação são de modelo mais antigo que a composição geral do retábulo de pedra. No interior, os retábulos têm talha maneirista, barroca e rococó, sendo o da capela-mor em barroco nacional. Destacam-se o retábulo da capela de Nossa Senhora dos Mares, onde o entalhador abandonou as altas proporções maneiristas e imitou a fachada de uma igreja contemporânea; e o grande e rico retábulo de Nossa Senhora do Rosário, no braço do transepto, do arquitecto André Soares da Silva e executado por José Álvares de Araújo, em "talha gorda" típica do Alto Minho, em estilo rococó, mostrando influências das capelas do Rosário das igrejas dominicanas espanholas.
Está classificada como Monumento Nacional, desde 1910. Em 17 de Junho de 2020, a Conferência Episcopal Portuguesa aprovou a sua classificação como Basílica menor. Em 2021, a ala de Nossa Senhora do Rosário começou a ser recuperada para acolher o Centro de Interpretação de São Bartolomeu dos Mártires.



Florescer




Lisboa, Maio de 2022

Mural de MOTS, no bairro do Casal dos Machados (freguesia do Parque das Nações), realizado no âmbito do núcleo da Multiculturalidade do Festival MURO LX_2021, Julho de 2021.

«A dupla MOTS, radicada no Porto, foi outra vencedora do Open Call internacional Artista MURO LX_21, com a proposta "Florescer", que marca a estreia de MOTS em Lisboa. A dupla MOTS é composta pelo pintor e ilustrador português Diogo Ruas e pela fotógrafa e coordenadora de projecto polaca Jagoda Cierniak. A sua colaboração fundiu as suas abordagens individuais caracterizadas pela experiência de Diogo como artista urbano e o envolvimento de Jagoda em projectos artísticos e de cidadania. Em "Florescer", MOTS apresenta as flores Vernonia djalonensis, Markhamia zanzibarica, Cattleya labiata, girassol, lótus e gerbera, originárias da Guiné, Moçambique, Brasil, Ucrânia, Macau e Cabo Verde. "Estes são os países de origem da maior parte dos imigrantes em Portugal. De uma forma simbólica, queríamos representar os povos que fazem parte da nação, que fazem Portugal culturalmente mais rico, mas que ainda assim têm de enfrentar a luta de desigualdades sociais", descreve a dupla MOTS.»

Homenagem (96)


Portalegre, Julho de 2022


Portalegre, Setembro de 2022

O monumento aos Dadores já de lá saiu, mas a homenagem perdura.

Portalegre, Janeiro de 2022


Portalegre, Abril de 2022






Portalegre, Outubro de 2022

Lalique (2)




Portalegre, Novembro de 2022

Pelourinho de Vila Real


Vila Real, Agosto de 2022

O Pelourinho de Vila Real terá sido edificado em 1515, na Rua da Praça (actual Largo do Pelourinho), quando Vila Real obteve novo foral, concedido por D. Manuel I. O actual pelourinho só possui do original a coluna octogonal, enquanto o resto é uma cópia do original, que terá sido destruído.
Vila Real foi elevada a cidade em 20 de Junho de 1925, após o que se considerou reconstruir o pelourinho, a partir de uma imagem antiga e aproveitando parte do fuste e algumas pedras soltas. Em 1935, foi reerguido junto à fachada principal da Câmara Municipal, no topo Sul da Avenida Carvalho de Araújo. Em 1996, foi transladado para o Largo do Pelourinho.





É formado por uma base de quatro degraus octogonais, sobre a qual assenta um paralelepípedo também octogonal, que suporta o fuste; sobre o fuste octogonal, capitel tronco-piramidal de secção octogonal invertido, suportando gaiola coberta por cúpula facetada, rematada ao centro e nos ângulos por florões. A gaiola, de planta octogonal, tem em quatro faces arcos de volta perfeita, chanfrados, e nas restantes faces, mais estreitas, pilaretes postos de ângulo; no seu vértice, uma cruz em ferro com uma bandeirola.
Está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1933.



Rua do Passadiço




Linhares da Beira (Celorico da Beira), Agosto de 2022

Igreja de São Domingos


Vila Real, Agosto de 2022

A Igreja do Convento de São Domingos é sede da Diocese de Vila Real, desde 1924, e foi classificada como Monumento Nacional, em 1926.
O Convento foi fundado no século XV, por religiosos do convento de São Domingos de Guimarães, para o que obtiveram bula do Papa Martinho V e licença do Arcebispo de Braga, D. Fernando da Guerra. O rei D. João I doou terrenos para o convento, em 1421 e 1422, na zona extra-muros de Vila Real, no Campo do Tabulado, e as obras iniciaram-se em 1424. A construção do convento também foi apadrinhada pelos Marqueses de Vila Real, cuja residência se localizava nas cercanias.



Considerada o melhor exemplo de arquitectura gótica na região de Trás-os-Montes, a igreja foi reformada no século XVI e, especialmente, no século XVIII, quando se construiu a actual capela-mor e a torre sineira de feição barroca. As dependências conventuais também passaram por uma grande reforma nessa época.







Em 1594, por iniciativa popular, foi erigido um cruzeiro no Campo do Tabulado, o qual viria a ser transferido para o adro da igreja, em Dezembro de 1843: "sobre soco e uma plataforma de planta quadrangular, composta por quatro degraus, assenta plinto paralelepipédico, de faces lisas, marcando a base e as cornijas do remate, base e coluna de fuste liso, encimada por gola e capitel gomeado, coroado por cruz latina de braços quadrangulares, almofadados, rematados em botão e com estrela relevada no encontro dos braços."





Em 1834, com a extinção das ordens religiosas, a igreja passa a ser sede da paróquia de São Dinis e o convento foi reutilizado como quartel do Batalhão de Caçadores. Em 1837, um grande incêndio destruiu o interior do convento e parte do recheio da igreja.
Em 1922, o Papa Pio XI criou a diocese de Vila Real, e a antiga igreja dos dominicanos da cidade foi sagrada Catedral, em 1924. Passou por grandes obras de restauro, nas décadas de 1930 e 1940, durante as quais o actual retábulo-mor, de estilo maneirista, foi trazido do Mosteiro de Odivelas, em 1938.
No início do século XXI, foram feitas grandes obras de conservação e restauro da igreja, no decurso das quais foram instalados vitrais modernos, da autoria do artista plástico João Vieira. Também a zona regral do convento foi sujeita a obras, sob projecto do arquitecto António Belém Lima, para instalação do Conservatório Regional de Música, que foi inaugurado em 2004.







Do século XV, sobrevive a igreja, num estilo gótico despojado e funcional, ligado ao gótico mendicante. A planta é em cruz latina com três naves com cobertura de madeira, sendo a nave central mais alta que as laterais. O transepto é saliente e iluminado por rosáceas nas paredes dos braços e sobre o arco da capela-mor. A actual capela-mor é de planta quadrada e foi construída no século XVIII.
A fachada principal revela a disposição em três naves do interior. Possui um portal com arquivoltas apontadas, inserido num alfiz e flanqueado por grandes contrafortes. A fachada inclui ainda nichos com santos da Ordem e é sobrepujada por uma rosácea. No interior, as naves são escassamente iluminadas por janelas localizadas na parte superior da nave central (clerestório). A pouca iluminação e a robustez das paredes é reminiscente da arquitetura românica, que muito influenciou o gótico no Norte de Portugal.
Em meados do século XVIII, foi construída uma torre sineira ao lado da capela-mor, na parte traseira da igreja. Trata-se de uma torre de quatro andares, rematada por uma balaustrada e cúpula com um fogaréu no topo.
O interior encontra-se desprovido de decoração desde a reforma dos anos 1930, mas possui vários arcossólios tumulares medievais.