À volta de Split

Uma das vantagens de se ficar sediado em Split é a facilidade de deslocação para poder explorar outras atracções vizinhas. A Croácia tem boas carreiras de autocarro, que fazem ligações frequentes entre cidades, e percursos marítimos e excursões organizadas às ilhas mais próximas.


A praça central e a catedral da Cidade de Hvar

Tirámos um dia para visitar Hvar. A verdade é que o calor era de tal forma insuportável que só se estava bem a bordo de uma qualquer embarcação, a tirar partido da deslocação do ar. Ainda considerámos as praias de areia de Bol, na ilha de Brač, mas acabámos por optar por Hvar, a ilha mais comprida do Adriático, considerada pela revista Traveller, em 1997, uma das dez ilhas mais bonitas do mundo. Não demos por isso: passámos o dia a tentar fugir do calor, dentro da água maravilhosa do Adriático.
Um parêntesis sobre o Adriático: é calmo, quente e limpo. As águas são de uma limpidez que deixa apreciar um ecossistema vivo (por quanto tempo ainda?): algas, peixes e ouriços (de que o meu pé esquerdo ainda se lembra bem) fazem uma mulher sentir-se uma verdadeira sereia. Um senão: praias de areia são difíceis de encontrar, e para mais a areia é pouca, escura, grossa e pejada de banhistas. O resto da costa, continental e insular, é rochoso e a entrada na água abrupta. Os croatas construíram escadas com corrimão para se entrar no mar, à laia de piscina.


Stari Grad

Na ilha de Hvar vimos um pouco (muito pouco) da capital, a Cidade de Hvar, e fomos de autocarro até ao outro lado da ilha, conhecer Stari Grad (literalmente, a cidade velha). O percurso entre as duas cidades é bonito, porque parte dele é feito por uma estrada que segue a costa.


Torre da catedral de S. Lourenço, Trogir

Tirámos outro dia para visitar duas cidades relativamente próximas: Trogir e Šibenik. Apanhámos de manhã o autocarro com destino a Trogir, uma cidade pequena e uma das mais antigas do Mediterrâneo, com um centro histórico fortificado, muito bonito, situado numa ilha. Está classificado pela UNESCO como património da Humanidade. Uma curiosidade: um baixo-relevo grego, do século I a.C., que faz parte do espólio do convento beneditino de S. Nicolau, apresenta a imagem de uma divindade grega pouco conhecida, Kairos, o deus do momento oportuno, aquele que só passa uma vez e tem de ser agarrado de frente, pela franja esvoaçante. E muitas igrejas, palácios, ruas estreitas e casas de pedra.


Kairos

Seguimos depois para Šibenik, outra cidade muito bonita, na foz do rio Krka, com casas de pedra que sobem até à fortaleza de Santa Ana, também conhecida como fortaleza de S. Miguel, o que a torna difícil de localizar. Mas vale a pena chegar lá, para apreciar a vista lindíssima sobre o canal de Santo António e o mar, salpicado por muitas ilhas. Lá de cima podemos também ver a catedral de S. Tiago, uma belíssima obra arquitectónica, que mistura os estilos gótico e renascentista, classificada pela UNESCO.


Šibenik

Deixámos ainda por ver, naquele lado da Dalmácia, a cidade de Zadar e o parque nacional das ilhas Kornati, que nos afiançaram valer a pena, mas tínhamos demasiada vontade de continuar para Dubrovnik.

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