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Portalegre, Março de 2020

No centro da principal rotunda de entrada em Portalegre, foi inaugurado, em 2005, um conjunto escultórico, promovido pela Confraria de Santo António/Pró-Portalegre e da autoria do arquitecto Manuel da Fonseca. O monumento foi, desde o início, mal-amado, pela volumetria, que atrapalha a visibilidade dos condutores, e incompreendido, pelas opções estéticas, que fizeram muito boa gente afiançar que era uma celebração do amor romântico.
Na verdade, o que surgiu na Rotunda dos Namorados foi uma homenagem aos Dadores de Sangue, conforme se pode ler na placa granítica que a acompanha:

"Homenagem aos Dadores de Sangue
A água, fonte de vida, como movimento perpétuo inerente ao Homem
O coração, universalmente reconhecido como símbolo do amor ao próximo"
Ao que parece, simboliza os muitos dias de trabalho voluntário, os milhares de quilómetros percorridos e as inúmeras unidades de sangue recolhidas.
Quinze anos depois, a água deixou de correr, o revestimento degradou-se e o monumento virou mamarracho. Assim, aos 500 mil euros que a obra custou, acrescem agora entre 50 e 75 mil para a sua demolição, prevista para este ano.
Não deixará saudades.







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