O império dos sentidos

Há tempos, encontrei no Turista Acidental um belíssimo texto sobre Marraquexe que me trouxe recordações de umas férias, em 1992.
Marraquexe encanta, sobretudo, pela profusão de sensações que nos desperta: o calor, os odores, a quantidade gritante de cores, formas e texturas, o movimento que nos envolve e nos arrasta. É muito diferente da Europa, com uma oferta quase exclusivamente visual. E fica aqui tão perto…

Jamaâ El Fna

Impressões:
> a tonalidade vermelha das casas e da terra;
> a medina labiríntica (património da humanidade), com os seus souks ou mercados divididos em profissões pelas diferentes ruas: o souk das especiarias, o dos tintureiros, o dos tapetes, o dos cobres e latões...
> a praça central, Jamaâ El Fna, onde, durante o dia, se foge do calor e que, ao cair da tarde, se enche de vendedores, clientes e turistas, num enorme mercado que dura até ao fecho das portas da cidade, pela meia-noite. No interior de uma cintura de carros de vendedores de sumo de laranja, podemos encontrar de tudo um pouco: vendedores de água, com os seus trajes típicos, amestradores de macacos, encantadores de serpentes, engolidores de fogo, vendedores de tudo e mais alguma coisa, sempre prontos a regatear, em frente a um aromático chá de menta;
> os minaretes, com os seus chamamentos cantados. O da Koutoubia (século XI), no centro, é o maior e o mais imponente (quase 70 metros);
> a beleza delicada dos mosaicos que adornam os túmulos Saadianos, criados, no século XVI, pelo sultão Ahmed el Mansour, com a finalidade de albergarem os seus restos mortais e os dos seus sucessores;
> as indicações, nas ruas em torno das mesquitas: «Interdito a não-muçulmanos», que reflectem o orgulho na preservação das tradições («Os tunisinos são uns vendidos»);
> a frescura do lago artificial e dos jardins da Menara, na periferia;
> a pobreza gritante, patente na grande quantidade de homens em idade activa que se ofereciam, em frente aos hotéis, como guias para turistas, cobrando, à época, 1 dirham diário (cerca de 0,60 euros). Ou nas condições de vida e de trabalho dos curtidores de peles. Ou na ânsia generalizada de dar o salto para a Europa.

Um souk coberto

Ligações de interesse:
> Guias e informação variada: site oficial do Ministério da Comunicação de Marrocos, em inglês e em francês; I love Marrakesh; outro I love Marrakech; LexicOrient; Moroccan Gateway; Columbus Guides; Mini-guia Fodor's; Rough Guides; The Travel Room; Tourism in Morocco; World66
> Fotos

Menara

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