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Olá, Prof. Teresa Oliveira!
No fim-de-semana passado, visitei a histórica e pitoresca cidade de Armagh. A Ana preferiu não ir, pelo que fui, logo de manhãzinha, com mais cinco estudantes do Erasmus que também tinham interesse na visita: 2 belgas, 2 lituanas e uma holandesa. Passámos lá o dia, e o bilhete de ida e volta não foi assim tão caro, 9£ ida e volta. Foi muito agradável.
Armagh situa-se a sudoeste de Belfast, mas a poucos quilómetros de distância. Apesar de não ser muito grande, é uma das cidades com mais significado no panorama irlandês, devido às suas ligações com o passado celta e o período em que St. Patrick percorreu a Irlanda (essencialmente a zona norte da ilha) em missões de evangelização e propagação da fé cristã, junto das comunidades pagãs. Visitei alguns museus, onde assisti a algumas exposições, cuja entrada custou 4£: sobre o passado celta, sobre St. Patrick e uma sobre Gulliver (personagem criada por Jonathan Swift) e os liliputianos, que achei particularmente muito interessante.
A cidade tem duas catedrais imponentes, ambas dedicadas a St. Patrick e ambas com um interior igualmente digno de um olhar mais atento. Como em Belfast, os edifícios e as habitações são muito cinzentos e desprovidos de cor (construções tipo-tijolo), os preços, algo elevados para os padrões a que estamos habituados. Existe uma profusão de bares muito grande, o equivalente dos irlandeses aos nossos cafés, em qualquer esquina encontramos um.
Uma situação que me causa alguma estranheza e que me incomoda um pouco é o desapego (ou desleixo) que os irlandeses têm perante as suas coisas. Aqui na sala dos computadores, é frequente ver coisas esquecidas... do mesmo modo, é também raro o dia em que não apanho moedas do chão, o que, mesmo sendo as de mais baixo valor, creio ser significativo e um traço revelador do modo de estar na vida do povo irlandês.
Esta Quinta-feira fiz uma apresentação baseada num livro que li, Irish Tales, de Michael Scott, sobre contos irlandeses que gostei particularmente de pesquisar, durante a qual tive a oportunidade de ler alguns desses contos, e de que a professora de Evolution of the Irish landscape gostou muito. Fiz um resumo de cada conto existente no livro, acompanhado por algumas imagens e com o correspondente enquadramento histórico e social.
A apresentação da Ana teve mais a ver com aspectos religiosos e da fé pagã: falou sobre os Banshees (figuras fantasmagóricas, com poderes místicos), sobre os Druidas (os sacerdotes na sociedade celta) e sobre o calendário do Zodíaco Celta, que é representado por árvores, em número de 13; aquela que tem um significado maior é o carvalho (oak).
Este fim-de-semana, pretendo prosseguir as minhas viagens exploratórias, até porque, durante a próxima semana, só temos duas aulas na Terça, antes da Teaching Practice, que terá o seu início na semana seguinte, e cujo início já aguardamos com alguma expectativa. No entanto, parece que vamos ter de permanecer por cá até ao final do semestre (que aqui termina a 19 de Maio), para termos os 30 créditos necessários às correspondentes equivalências com as disciplinas portuguesas, apesar de a maioria dos estudantes Erasmus regressar mais cedo às respectivas Instituições de Ensino. Isso significa que, muito provavelmente, só regressaremos a 19 de Maio, ou no dia seguinte.
Cordiais saudações,
Pedro Bicho



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