Dobrodošli u Zagreb

E foi assim, sem mais nem menos, um convite irrecusável e, em pouco mais de uma semana, desembarcava em Zagreb. Aparentemente, não foi uma escolha muito original: havia pessoas de todos os cantos do mundo a desaguarem em força no Adriático. O dia 31 de Julho foi um dia histórico - para os croatas, que anunciavam, em parangonas, o record absoluto de 1,000.000 de turistas no Adriático, e para mim, que consegui descodificar a minha primeira notícia em croata. No dia seguinte, a contabilidade do primeiro fim-de-semana de Agosto adicionava mais 300 mil turistas. Todos a banhos, claro, que em Zagreb nem se dava por eles.
A capital da Croácia é uma cidade interior, com todas as características das cidades da Europa central um dia dominadas pelos Habsburgos, mas sem o esplendor de Viena, Praga ou Budapeste. É muito diferente das cidades costeiras, onde abundam os vestígios romanos, onde se respira um ambiente mediterrânico e onde o calor, os turistas e a inflação são elevados a um expoente absurdo.


O mercado de Dolac

Não é uma cidade muito grande, tem cerca de 770 mil habitantes, um centro histórico pequeno, de características medievais, uma zona nova, de amplas avenidas de traçado quadricular, concebida entre o século XIX e o início do século XX, e uma periferia moderna, que só vislumbrei à distância, onde predomina a verticalidade residencial dos anos 60, em concepção comunista.


O Museu Mimara

Só lá ficámos um domingo, a passeios. Uma brochura gratuita, fornecida pelo turismo local, propõe dois percursos pedestres (de 60 e 90 minutos), comentados detalhadamente, para se ficar com uma panorâmica geral da cidade.
Dedicámos um momento cultural ao Museu Mimara, com cerca de 3750 obras de arte, de diferentes épocas, doadas pelo coleccionador Ante Topić Mimara, visitámos igrejas e miradouros e passeámos bastante pelas ruas, a aproveitar o tempo agradável.


Uma torre da fortificação medieval, em Kaptol

Em Zagreb, contactámos com a língua croata e com uma das suas peculiaridades: sendo uma língua de casos (como o alemão, por exemplo), tem diferentes terminações para os nomes, segundo a sua função na frase. O curioso é que isso acontece não só com os nomes comuns, mas também com os nomes próprios, o que resulta, por um lado, em alguns equívocos entre a leitura dos mapas e a das placas com os nomes das ruas e, por outro lado, em algumas situações caricatas. Um prémio a quem decifrar a personalidade homenageada pelas muitas praças (trg) e ruas (ulica) Ivana Pavla II, que hoje florescem pelo país...


Estátua equestre de ban Josip Jelačić, líder croata da revolta contra os húngaros (1848),
na praça central, com o mesmo nome (Trg bana Josipa Jelačića)

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