Estrada de Benfica
Benfica, Lisboa, Dezembro de 2022
A Estrada de Benfica foi, em tempos, a Estrada Real n.º 82, até o Edital Municipal de 8 de Junho de 1889 a integrar na toponímia lisboeta. Tinha início no Largo de São Sebastião da Pedreira e terminava junto às Portas de Benfica, onde começava a Estrada Real que, já em território da actual Amadora, bifurcava nos sentidos Lisboa-Sintra e Lisboa-Mafra. O Plano Rodoviário Nacional de 1945 integrou-a na Estrada Nacional 249 (N 249), que ligava Lisboa a Sintra. Com a construção da 2.ª Circular, o troço urbano da EN249 foi desclassificado e o seu início passou a localizar-se nas Portas de Benfica; mais tarde, com a construção do IC19 e o alargamento da rede de auto-estradas, a partir de 1985, toda a EN249 se tornou obsoleta.
Foi ao longo da Estrada de Benfica que cresceu e se organizou a freguesia.
"Benfica surge como aldeia desde o século XIII, em redor da igreja primitiva de Nossa Senhora do Amparo. Próximo do actual Sete Rios, instalaram-se em 1399 os dominicanos, nos paços reais doados pelo Rei D. João I. Havia, assim, como que dois pólos na freguesia de Benfica e, para distinguir a zona dos paços reais e depois do convento dominicano, esta vai surgir referida como Benfica-a-Nova, ou Benfica de Baixo. O crescente povoamento da região ao longo dos tempos deu origem ao aparecimento de novos lugares: Calhariz no século XIV, Cruz da Pedra no século XVI e, entre estes dois pontos da espinha dorsal que era a Estrada de Benfica, surgiram mais tarde outros núcleos." [BENFICA (Sítio de). In Santana, Francisco & Sucena, Eduardo (dir.) (1994). Dicionário da História de Lisboa. Lisboa: Carlos Quintas & Associados.]O desenvolvimento urbanístico da capital veio encurtar-lhe o traçado, fazendo-a começar, primeiro, na Praça de Espanha, depois, perto do Jardim Zoológico. Hoje, tem quatro quilómetros, a maior parte deles reservada a transportes públicos e a peões, ao longo dos quais passamos por palácios e lojas de bairro, cafés e jardins, escolas e agências bancárias, a Igreja Paroquial, o cruzeiro e o chafariz setecentista que trazia até à freguesia as águas do aqueduto; e, sobretudo, uma arquitectura marcada pelo encontro (confronto?) de épocas e estilos.
Percorri-a, há dias, entre as Portas de Benfica e o cruzamento do Fonte Nova, e deixo aqui alguns apontamentos.
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Vila Ana e Vila Ventura
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