Um São José de azulejos T5:14


Vila Viçosa, Janeiro de 2023

Em Vila Viçosa, Nossa Senhora da Conceição é rainha, literalmente. Em 1646, o 8.º Duque de Bragança, recentemente aclamado Rei D. João IV, ofereceu a coroa de Portugal a Santa Maria, como agradecimento pela boa campanha da Guerra da Restauração. A imagem da Santa, da Igreja do Castelo da sua vila natal, foi coroada como Rainha e Padroeira de Portugal, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição ou Imaculada Conceição. A partir desta data, mais nenhum Rei de Portugal usou a coroa na cabeça, colocando-a apenas sobre uma almofada, ao seu lado direito, em ocasiões solenes.
Segundo a tradição, a imagem da padroeira foi adquirida em Inglaterra e oferecida pelo Condestável do Reino, D. Nuno Álvares Pereira, que mandara construir a igreja após a vitória portuguesa na Batalha de Aljubarrota, em 1385. A imagem, em pedra de ançã, encontra-se no altar-mor da igreja, estando tradicionalmente coberta por ricas vestimentas (muitas delas oferecidas pelas Rainhas e demais damas da Casa Real).

"Também em 1646, em parte por insistência de D. João IV e dos franciscanos, boa parte do corpo docente da Universidade de Coimbra jurou defender pública e particularmente que a Virgem Maria fora concebida sem mácula de pecado original (Imaculada Conceição). Posteriormente, este juramento foi estendido e aplicado a todos os futuros graduados da Universidade. (...) Em 1654, D. João IV enviou a todas as Câmaras municipais do Império Português uma cópia da inscrição comemorativa, em latim, do juramento solene prestado em 25 de Março de 1646 e ordenou que aquela inscrição fosse gravada em pedra e colocada nas portas e lugares públicos das cidades e vilas portuguesas. (...) Em 1946, no dia 25 de Março, comemorou-se o tricentenário da proclamação da Imaculada Conceição como Padroeira de Portugal, com a consagração de Portugal à Virgem Maria, Mãe de Deus."


A representação em azulejo da imagem de Nossa Senhora da Conceição tornou-se omnipresente em Vila Viçosa, seja em celebração de eventos religiosos, como o tricentenário da proclamação da Padroeira ou o Concílio Vaticano II, seja como homenagem ou até como amuleto de proteção do lar.

















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