Pelourinho de Fronteira


Fronteira, Abril de 2023

O Pelourinho de Fronteira está situado no Largo do Município, entre os Paços do Concelho e a Torre do Relógio. Foi erigido, provavelmente, na sequência da concessão de foral por D. Manuel I, em 1 de Junho de 1512. Em 1865, foi apeado, por decisão da Câmara, tendo os seus elementos sido guardados por um particular. Na década de 1930, foi reconstruído, seguindo a descrição que consta no Livro do Tombo dos Bens do Concelho de Fronteira, com substituição do anel do fuste.
A sua antiga localização era, não no centro, mas num dos ângulos da praça, junto à esquina que dá para a Rua dos Trigueiros, perto da antiga cadeia. A afirmação da jurisdição penal do município foi a sua primeira utilidade, passando depois a ser utilizado para divulgação de informações de interesse público, após a sua mudança para o centro da praça.



Trata-se de uma estrutura em cantaria de mármore, composta por soco quadrangular de três degraus, de alvenaria rebocada, pavimentados com placas de mármore. Tem uma coluna de cerca de 6 metros de altura, com base manuelina, oitavada, constituída por plinto, toro, escócia, toro, escócia sensivelmente da mesma altura que o plinto e bocelão circular, que sustentam um fuste de duas peças, sendo a inferior lisa e oitavada e a superior espiralada, com pequenos colunelos e faixas alternadas. A meio do fuste, tem nó de dois anéis entrefaixados e, no cimo, capitel de coxim duplo oitavado, com cada uma das faces côncava e ornada de uma bola. O capitel exibe dois escudos: a Norte as armas reais e a Este as da comenda de São Bento de Avis. Sobre o coxim duplo, apresenta ábaco de molduras múltiplas, facetado e rematado por pinha torsa, semi-esférica, terminando num anel em corda coroado por pequeno coruchéu. É fruto da reconstrução revivalista ocorrida em meados do século XX, altura em que lhe são feitos o anel do fuste, o remate em pinha e o soco, não obedecendo à sua primitiva feição. De origem, possuía ferros com argolas pendentes e era rematado por uma cruz.
Está classificado como Imóvel de Interesse Público, desde 1933.





Quanto ao edifício dos Paços do Concelho, data do século XIX. As antigas casas da Câmara, construídas muito provavelmente no século XVI, situam-se na Rua D. Francisco de Portugal, mas sofreram, ao longo da sua existência, uma série de destruições causadas pelos exércitos castelhanos e pela ocupação das tropas inglesas, durante a Guerra da Restauração. Durante o século XVIII, apesar de algumas reparações em situação de constante dificuldade orçamental, as condições de trabalho e funcionamento da Câmara eram pouco dignificantes, o que levou, em 1831, à venda das antigas casas e ao início da construção do actual edifício.
A sua construção viria a coincidir com um período de graves perturbações políticas e sociais, que poriam em causa o ritmo das obras, resultando em constrangimentos financeiros que apenas o empenho e a generosidade de figuras gradas da terra permitiram ultrapassar. Somente em 27 de Maio de 1840 a Câmara reuniu pela primeira vez nas suas novas instalações, apesar de a obra só ficar concluída em Janeiro de 1841.



Termino com uma última fotografia do Pelourinho, que encontrei num álbum antigo:


Fevereiro de 2009

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