Pelourinho de Veiros




Veiros (Estremoz), Julho de 2012

O Pelourinho de Veiros "foi construído em 1539, no reinado de D. João III (r. 1521-1557), ao gosto da Renascença Francesa, provavelmente por influência da obra de Chanterene, mestre escultor francês que trabalhou em Portugal na primeira metade do século XVI. É todo feito em mármore branco, tal como todos os pelourinhos do Concelho de Estremoz. Foi mudado para esta praça provavelmente em 1739, a julgar pela inscrição gravada na pilastra.

A vila de Veiros nasceu de um antigo Castro, que sofreu, até ao século I d.C., breve ocupação romana e, desde o século V, pelo menos, existe como povoação. Em 1217, foi conquistada por D. Afonso II aos Almóadas, senhores da Taifa de Badajoz do Algarbe Alandalus, e anexada ao reino de Portugal. Foi então repovoada e integrada numa comenda da Ordem de Avis.
Foi vila independente, que, em 1258, recebeu foral de D. Afonso III e, em 2 de Novembro de 1510, novo foral, de D. Manuel I. Foi pertença da Casa de Bragança, facto assinalado no seu brasão de armas, aqui nascendo o seu primeiro duque, D. Afonso I de Bragança, filho de D. João Mestre de Avis (D. João I de Portugal) e Inês Pires.
Foi vila sede de concelho entre 1510 e 24 de Outubro de 1855, tendo então transitado para o município de Fronteira, seguidamente para Monforte, e finalmente para Estremoz, onde hoje se situa. O concelho era constituído pelas freguesias de Almuro (São Pedro de Almuro, hoje no município e freguesia de Monforte), Santo Amaro (que pertenceu depois ao concelho de Fronteira, até 21 de Dezembro de 1932, quando passou para o actual município de Sousel) e Veiros. Após as reformas administrativas do início do liberalismo, foram-lhe anexadas as freguesias de Santo Aleixo (que pertenceu a Monforte até 1839, ano em que passou ao concelho de Veiros, no qual se manteve até 1855; depois, transitou entre os concelhos de Monforte, Fronteira e Estremoz, até regressar, definitivamente, a Monforte, em 1898) e São Bento de Ana Loura (que, em 1855, passou a integrar o concelho de Fronteira e, em 4 de Dezembro de 1872, foi anexada ao município de Estremoz, onde se mantém).




"Estrutura em cantaria de mármore, com soco quadrangular de dois degraus, surgindo um terceiro octogonal e pequeno pódio com friso discreto, é constituído por coluna de secção quadrada ligeiramente chanfrada nos quatro cantos e com fino capitel renascentista ornamentado com quatro caras de anjos desabrochando de folhas de acanto delicadamente compostas e desenhadas, levantando bem proporcionada esfera marcada por bocel anelar bem moldurado. No topo, um pequeno plinto apilastrado suporta segunda esfera rematada por botão. Entre o capitel e o remate ainda se vêem vestígios evidentes dos ferros de sujeição. Na face O. tem gravada uma inscrição. (...) Inscrição comemorativa da execução do primitivo pelourinho e do actual gravada no fuste. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: MANDADO 1739. 1539 FEITO."
Está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1933.

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