Terena (Alandroal), Outubro de 2023
Em posição dominante, no alto de um monte, o Castelo de Terena integrou a linha de defesa do rio Guadiana, juntamente com os castelos de Juromenha, Alandroal, Monsaraz e Mourão.
Foi classificado como Monumento Nacional, por Decreto de 2 de Janeiro de 1946.
Não se sabe ao certo a data da sua construção, mas pensa-se que poderá ter sido no século XIII, após a atribuição do foral à povoação, pelo cavaleiro-régio Gil Martins de Riba de Vizela e sua mulher, D. Maria Anes, em 1262. As fontes tradicionais afirmam que a fortificação da vila se deveu ao rei D. Dinis, todavia a versão documental atribui a obra a D. João I, monarca que integrou o burgo no Padroado da Ordem de Avis.
A fortificação sofreu várias obras ao longo dos séculos, sendo talvez a intervenção de maior relevo a ocorrida no período manuelino, em particular na entrada principal. O terramoto de 1755 provocou-lhe estragos consideráveis, que foram corrigidos, parcialmente, a partir de 1972, pela Direcção-Geral dos Monumentos Nacionais.
De modestas dimensões, o castelo apresenta planta no formato pentagonal irregular, flanqueada por quatro torres semi-circulares (dispostas assimetricamente e apenas uma protegendo um ângulo da muralha) e três bastiões angulares.
Embora figurada por Duarte de Armas, não se conhece bem a primitiva entrada do castelo. O desenho do debuxador revela um acesso directo, protegido em ambos os lados por cubelos associados à torre de menagem, a meio de um dos panos da cerca. Porém, reconhecem-se hoje duas portas: a Porta da Vila, actual acesso ao castelo, de estilo manuelino, em cotovelo, com passagem através de dois grandes arcos de volta perfeita, com impostas marcadas e decoradas com bolas e entrelaçados; no lado oposto da muralha, a Porta do Campo, também denominada Porta do Sol ou da traição, entaipada durante as obras promovidas no final do século XVII, no âmbito das Guerras da Restauração, que apresenta ainda a primitiva estrutura dionisina, em arco apontado ao estilo gótico, ladeada por dois torreões de planta circular. Ao contrário do que era habitual, esta porta, a das sortidas, está voltada a Espanha.
A defesa do portão actual é complementada por uma pequena barbacã, de planta rectangular, cujo terraço ameado é alcançado por um adarve. A remodelação do conjunto do portão e da torre de menagem, cujo interior foi apalaçado na ocasião, é atribuída aos irmãos Diogo e Francisco de Arruda, por volta de 1514. A torre de menagem apresenta planta quadrangular, de dois pisos, com amplos compartimentos abobadados iluminados por seteiras cruciformes. É dotada de porta de capitelação encorada, balcões manuelinos, e é sobrepujada pelo sino de correr.