Porto da Palha (Lezirão, Azambuja), Agosto de 2017
Aproveitámos um dia de calor para ir refrescar até às margens do Tejo e explorar algumas aldeias avieiras. São pequenos povoamentos (assentamentos), constituídos por casas palafíticas de madeira, muito coloridas, construídas pelas famílias de pescadores da Costa Atlântica que, desde meados do século XIX, nos meses de Inverno, vinham buscar o sustento nos rios Tejo e Sado. Os Avieiros, em particular, eram assim designados por terem origem na Praia da Vieira (Vieira de Leiria). No início eram nómadas, mas acabaram por se fixar nas margens do rio Tejo, dando origem à chamada Cultura Avieira, que é hoje objecto de estudo e de musealização. Na verdade, das três aldeias que visitámos, apenas o Escaroupim é habitado em permanência, sobretudo porque cresceu para terra; as outras duas, Porto da Palha e Palhota, são essencialmente atracções turísticas, constituídas por segundas habitações, para férias e fins-de-semana.
Palhota (Valada, Cartaxo), Agosto de 2017
Alves Redol encantou-se com esta gente e com a sua cultura, tendo chegado a viver na aldeia da Palhota, para poder escrever o seu romance Avieiros (1942).
Eu só conhecia, e de passagem, o Escaroupim, do tempo das minhas andanças ribatejanas. Reencontrei-o, cerca de 20 anos depois, maior, mais desenvolvido e mais explorado turisticamente. Gostei, em particular, do passeio de barco que fizemos pelo rio, e de que ainda hei-de falar.
Escaroupim (Salvaterra de Magos), Agosto de 2017