ACP #144 (e mais uns trocos)


Amares, Setembro de 2018

O colega Manuel Campos Vilhena teve a simpatia, que muito agradeço, de me enviar um novo letreiro do ACP e uma novidade, um letreiro da Junta Autónoma de Estradas:


Santa Marinha do Zêzere (Baião), Setembro de 2018

Este último destaca-se, não só por não ser do ACP, como por "não respeitar uma letra ou um espaço por azulejo. Uma falsificação barata?!", interroga-se MCV. Esta dúvida já surgiu outras vezes, com letreiros que não se consegue afiançar que sejam do ACP, quer pela forma, quer pelo conteúdo. Foi o caso do de Sever do Vouga, mas também os de Fontanelas e Bairro Novo Paio de Pele, e de Azenhas do Mar.
Em Setembro, em Viseu, fui surpreendida por estes dois, ao virar uma esquina:




Viseu, Setembro de 2018

Claramente, não indicam a entrada de nenhuma localidade, mas apenas uma zona da cidade de Viseu que deu o nome à rua adjacente, a Rua do Soar de Cima (com mais uma gralha do Google), e à Porta do Soar, na Muralha Afonsina. Mais estranho ainda é situarem-se os dois letreiros no correr da parede da mesma casa, como se pode ver aqui.
Talvez ajude perceber que a dita casa é a do Capitão Almeida Moreira, também conhecida como Casa do Soar de Cima, pelo que os letreiros poderiam servir para identificar a casa.



A Casa de Almeida Moreira, hoje Museu, data de 1925 e foi projectada pelo arquitecto Raul Lino, que a desenhou segundo o estilo Casa Portuguesa. Uma das características mais marcantes do edifício é a profusão de frisos e painéis de azulejos, de diferentes padrões tradicionais, que decoram as paredes exteriores (incompreensivelmente, ainda não entrei). Aparentemente, o tipo de letra utilizado nos letreiros do ACP era suficientemente tradicional para ser usado numa casa portuguesa.
Assim, a par dos dois letreiros acima, compostos por uma letra em cada azulejo, o mesmo tipo de letra surge numa chaminé das traseiras, em inscrição hoje incompleta, mas com a particularidade de, tal como no letreiro da JAE, ser construída em painel contínuo:



A data de construção foi também inscrita na chaminé visível sobre a fachada principal, mas com outro tipo de letra e de sofisticação:





Também este Verão, encontrei mais dois letreiros do tipo ACP, na estação ferroviária de Sintra:




Sintra, Agosto de 2018

Apesar do que aqui se diz, não tenho razões para acreditar que o Automóvel Clube de Portugal mandasse pôr letreiros nas estações. Pelo menos, nada consta sobre isso nas instruções enviadas aos Presidentes das Câmaras Municipais.
Um genuíno letreiro do ACP, em Sintra, é este; em Viseu, este. O resto é tudo para tirar a limpo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Como lhe posso mandar uma foto do tema ACP?

GR

Teresa O disse...

Pode usar o mail: diariodebordoblog@outlook.pt
Obrigada.