Homenagens (71)
Varsóvia (Polónia), Setembro de 2006
(Emblema do Estado Secreto Polaco na homenagem à Insurreição de Varsóvia)
Antes de começar a viajar pela Europa, a II Guerra Mundial era para mim um capítulo dos manuais de História, muito mais distante da minha realidade adolescente do que a saga marítima dos portugueses. Foi em Bordéus que tive o primeiro embate com a memória da guerra, quando ela entrou no meu quotidiano na forma de uma placa de homenagem que, na Gare St Jean, recordava os que dali partiram para o campo de concentração de Dachau, em Agosto de 1944. Não cheguei a fotografar a placa, mas reencontrei-a aqui:
Bordéus (França), Agosto de 2018
Depois, foram os edifícios reconstruídos, em Berlim, após os bombardeamentos dos aliados, e nunca mais a guerra deixou de fazer parte das minhas viagens pela Europa.
Quando um projecto académico me levou a conhecer melhor a Europa de Leste, estreei-me naquilo a que o chefe chamou Turismo Tétrico: a visita aos locais e memoriais que atestam o sofrimento daqueles povos.
Na Polónia, tudo nos recordava a sina daquele país sofrido, com uma História repleta de guerras, bombardeamentos, invasões, repressão, domínio estrangeiro. O centro histórico de Varsóvia, lindo e colorido, revela-se, a uma observação mais atenta, uma reconstrução sobre os escombros da guerra, que deixou pouco mais de uma altura de 20 cm dos edifícios, rente ao chão. Como agravante, fizemos a nossa maior caminhada pela cidade na última tarde, que calhou no dia 17 de Setembro, aniversário da invasão do Leste da Polónia pelas forças estalinistas, em 1939, que deitou por terra qualquer esperança de resistência à ocupação nazi. 17 de Setembro é, assim, um dia de memória e de homenagem às muitas vítimas do nazismo e do comunismo. Por essa razão, passámos a tarde a tropeçar em homenagens solenes, bandeiras nacionais, velas e flores.
Aqui, uma arrepiante homenagem às vítimas do massacre de Katyn:
Varsóvia (Polónia), Setembro de 2006
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