Sighet


Sighetu Marmației (Maramureș, Roménia), Fevereiro de 2007

A primeira incursão a Leste que o projecto nos proporcionou foi à Polónia, e foi aí que teve início uma série de visitas que o chefe designou de Turismo Tétrico. A ideia dos nossos colegas era boa, e consistia em mostrar-nos as cicatrizes que os diversos conflitos e ocupações tinham deixado nos seus povos e culturas, mas, na prática, criava-nos um nó na garganta que não havia țuica nem wódka que desenlaçassem.
A primeira paragem do nosso passeio por Maramureș foi, precisamente, a prisão de Sighet, hoje convertida em museu, e um dos pólos do Memorial das Vítimas do Comunismo e da Resistência (Memorialul Victimelor Comunismului și al Rezistenței).
A prisão de Sighet era usada para a detenção de presos políticos, durante o regime comunista. Dentro dos seus infames muros viveram e morreram muitos estudantes, professores, juristas, políticos e antigos membros do governo. Só na noite de 5 de Maio de 1950 foram para aqui trazidos, como prisioneiros, mais de 100 antigos dignitários. Um dos mais relevantes, cuja pequena cela foi conservada intacta, era Iuliu Maniu, antigo primeiro-ministro e opositor ao comunismo, que aqui faleceu em 1953, com 80 anos.
Povo sofrido, o romeno, que cantava, com o actor Constantin Tănase:

Rău era cu "der, die, das"
Da-i mai rău cu "davai ceas"
Que é como quem diz: os alemães eram maus, mas os soviéticos eram ainda piores. O próprio Constantin Tănase faleceu, em Agosto de 1945, de uma suspeita morte natural.















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