Carrocel
Benfica, Lisboa, Dezembro de 2022
Trabalho de Nomen, para o Jardim Escola Carrocel, em 2010.
"A arte de Nomen nasceu nas ruas. Pioneiro do graffiti em Portugal, o universo visual do artista autodidacta, que é natural de Angola, tem-se consolidado numa multiplicidade de suportes e registros desde que começou a interagir com o espaço urbano em 1989 – das primeiras incursões ilegais em paredes e comboios, ao trabalho desenvolvido em tela e intervenções murais em grande escala em ambientes expositivos e institucionais.Nuno Reis (1974-2022), também conhecido como "Nomen", faleceu, repentinamente, no passado mês de Agosto, aos 48 anos.
Versátil e prolífico, o auto-denominado "style swinger" é reconhecido pela mestria com que equilibra formas e cores, seja nas elaboradas construções tipográficas que investe de uma dinâmica única, como nas composições e retratos foto-realistas onde explora a depuração dos elementos. O seu trabalho tem sido apresentado em inúmeras exposições, eventos e produções artísticas em Portugal e no estrangeiro.
Actualmente, o seu trabalho, tem sido bastante procurado por empresas, instituições e particulares, que buscam nele uma mais valia e competência artística, capaz de solucionar tarefas de arte mural, em seus espaços ou eventos."
"Nomen, um pioneiro da cultura hip hop (através do graffiti) em território português, morreu na passada quinta-feira, dia 4 de Agosto. Apesar das mensagens de respeito pela sua obra e impacto terem começado [a] circular durante o dia de ontem, a confirmação chegou este sábado através do seu filho, Gonçalo Reis (...).
Nuno Reis nasceu em 1974 e agarrou-se às latas de tinta em 1989, sendo um dos primeiros portugueses a abraçar a arte do graffiti e, também, um dos nomes mais antigos do ramo ainda em actividade no nosso país. No início notabilizou-se graças ao trabalho que desenvolveu em torno das letras e utilizou outros alter-egos, como Wize, Dega ou Gash, tendo sido Nomen aquele pelo qual melhor o conhecemos. No virar da década travou conhecimento com outros artistas da área e formou a crew Paint Rackin Mafia, da qual fizeram parte nomes como Youth, Obey, Exas ou Mosaik.
Depois de vários anos a praticar ilegalmente nas ruas, Nomen teve a oportunidade de se profissionalizar na área e tornou-se num dos street artists nacionais mais requisitados de sempre, tendo feito exposições e deixado obras suas em inúmeros pontos do globo, de Carcavelos a Mumbai, na Índia. Ao longo de mais de três décadas de carreira, Nuno realizou encomendas para várias autarquias e grandes marcas, como são os casos da TMN, RTP ou S.L. Benfica. Em 2016 percorreu o seu longo trajecto numa entrevista para NA MIRA, rubrica da TV Chelas.
As reacções à notícia do seu desaparecimento começaram a ser publicadas durante esta sexta-feira: o rapper e produtor Ace, por exemplo, prestou a sua homenagem a Nomen, recordando o seu impacto na cultura hip hop nacional e alguns episódios do que vivenciaram juntos; os Micro seguiram o mesmo caminho do membro dos Mind da Gap e recuperaram uma capa de um disco com o seu design."
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