A Grécia em destaques (II): as serras

Canal de Corinto

Peloponeso
É uma península, ligada pela Natureza ao sul da Grécia, e dele separada pelo Homem, pelo canal de Corinto. O dito canal foi uma das maiores obras de engenharia do final do século XIX, concebido para ligar o mar Egeu ao Golfo de Corinto, encurtando assim o tempo de navegação entre o Adriático e o Egeu. Actualmente, a largura do canal é insuficiente para a passagem segura de navios de maior porte, pelo que é essencialmente usado para cruzeiros turísticos. Corinto alberga ainda o sítio arqueológico da antiga Corinto e o respectivo museu. A uma distância aceitável, encontramos o sítio arqueológico de Micenas, com as ruínas do palácio, a Porta dos Leões e os túmulos do tesouro de Atreu, onde foi encontrada, no meio de um espólio magnífico (em exposição no Museu Nacional de Arqueologia), a famosa máscara de ouro que se diz ser de Agamémnon. Ainda na zona da Argólida, o complexo de Epidauro, com o santuário de Asclépio e o teatro, em belíssimo estado de conservação, com uma acústica excepcional.

Teatro de Epidauro

Ática
A região do sul, onde fica Atenas, tem muitas praias, mas pouca areia, pelo menos que eu tivesse visto. A Grécia foi dotada pelos deuses com um mar divino, límpido, calmo e quente, mas a areia deixa a desejar, variando entre areão grosso, acinzentado, e grandes calhaus. Areia fina e clara, que me asseguraram haver, nunca vi. Na ponta sul, no cabo Sounion, o santuário de Poseidon oferece uma vista fabulosa. Numa das colunas do templo, a assinatura vândala de Lord Byron, que, depois de ter sucumbido aos encantos de Sintra, foi arrastado para a Grécia pelo fulgor romântico das lutas pela independência. Apreciei, em particular, as estradas de montanha, com vistas incríveis; o peixe grelhado, fresquíssimo; a maneira de cozinhar o polvo (primeiro cozido e depois grelhado), que o torna muito suave e saboroso; a salada grega, com ingredientes tipicamente mediterrânicos (tomate, cebola, pimento, pepino e alface), temperados com azeite, orégãos e queijo feta; a riqueza dos olivais, imensos, com oliveiras centenárias, cujos troncos assumem diâmetros descomunais (faziam, para aí, 5 de mim).

Templo de Poseidon, Sounion. «Byron», na primeira mancha castanha a contar de baixo

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