Os patrícios no Rio
Uma das coisas que mais me marcaram na minha passagem pelo Rio de Janeiro foi a familiaridade linguística, ter atravessado o oceano e passear pelas ruas como se estivesse em casa. Sabia que estava no estrangeiro e, ao mesmo tempo, tudo à minha volta me era próximo: letreiros, tabuletas, rótulos, imprensa, tudo era compreensível sem esforço, éramos irmãos. Até abrirmos a boca. Lembro-me de um motorista de táxi que, tendo-nos ouvido falar entre nós, nos perguntou: «Então, onde é que os patrícios querem ir?». Era difícil escapar às piadas do português.
Achei os cariocas muito simpáticos e abertos, mas um perigo ao volante. Como a minha grande amiga Janete nos explicou, o peão nunca deve ser demasiado confiante, uma passadeira ou um semáforo são elementos decorativos no tráfego carioca. Lembro-me de a Otília ter querido fazer valer os seus direitos numa zebra da Rua Francisco Otaviano e ter ficado encurralada, no meio da estrada, entre duas faixas de automóveis que não pararam.
Praia de Ipanema
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