Real absoluto


Mafra, Agosto de 2011

Prometo, pela minha palavra real, que farei construir um convento de franciscanos na vila de Mafra se a rainha me der um filho no prazo de um ano a contar deste dia em que estamos (...) D. João V é rei de palavra. Haveremos convento.


Mafra vista de Sintra, Agosto de 2018

El-rei foi a Mafra escolher o sítio onde há-de ser levantado o convento. Ficará neste alto a que chamam da Vela, daqui se vê o mar, correm águas abundantes e dulcíssimas para o futuro pomar e horta




Agosto de 2013

Ludovice levou os seus desenhos, estendeu-os sobre a mesa, explicou a planta, Aqui é a igreja, para norte e sul estas galerias e estes torreões são o palácio real, da parte de trás ficam as dependências do convento, ora, para satisfazer as ordens de sua majestade teremos de construir, ainda mais atrás, outros corpos (...) sua majestade determinou, em sua piedade e alargada sabedoria, que seja aumentada a lotação do convento para trezentos frades e que desde logo se comecem as obras de arrasamento do monte que está a nascente, por ser aí que se levantará o novo corpo de construção




Julho de 2006

Enfim, chegou o mais glorioso dos dias, a data imorredoira de vinte e dois de Outubro do ano da graça de mil setecentos e trinta, quando el-rei D. João V faz quarenta e um anos e vê sagrar o mais prodigioso dos monumentos que em Portugal se levantaram, ainda por acabar, é verdade, mas pela catadura se conhece o catacego. Não se descrevem tantas maravilhas

José Saramago, Memorial do Convento, Lisboa: Editorial Caminho, 1982.


Agosto de 2011

O Real Edifício de Mafra é um "conjunto arquitectónico barroco, de matriz italiana, constituído por palácio real, basílica e convento franciscano, construído ininterruptamente entre 1717 e 1744, por iniciativa e sob estreita supervisão de D. João V (1689-1750), segundo projecto original do arquitecto João Frederico Ludovice (1673-1752), que terá contado com projectos parciais, elaborados no decorrer da obra, como forma de responder aos sucessivos aumentos". O Convento foi classificado como Monumento Nacional em 1907; a Basílica, em 1910. Em 2018, foi aberto o procedimento de classificação do Real Edifício de Mafra (Palácio, Basílica, Convento, Jardim do Cerco e Tapada). Foi, ainda, finalista da eleição das Sete Maravilhas de Portugal, em 2007, e é candidato a Património Mundial da UNESCO.

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