Fortaleza de Peniche


Peniche, Agosto de 2019

A construção da Fortaleza de São Francisco e da frente abaluartada da Praça de Peniche deveu-se à iniciativa de D. João III, no século XVI. É descrita como "fortaleza de traçado abaluartado correspondente à cidadela da vila e praça de guerra, apresentando planta poligonal irregular, constituída por duas estruturas em redente (compostas por dois meios baluartes), um baluarte e respectivas cortinas, um fortim de planta circular e um revelim de protecção à única porta; cercada por fosso aquático na frente de terra e escarpa rochosa na frente de mar. Complementada com frente urbana abaluartada que defende istmo, composta por um forte, quatro meios baluartes, um baluarte e correspondentes cortinas. Optimização das peculiaridades orográficas da região, visível nas diversas construções militares realizadas em torno da península de Peniche, tornando-o numa espécie de ilha inexpugnável: a S. a Fortaleza/cidadela, a O. Fortim de Santo António, Bateria do Porto da Areia, Bateria do Carreiro do Cabo e Fortim de Nossa Senhora da Vitória; a N. o Forte de Nossa Senhora da Luz e a Bateria do Quebrado; a E. o Forte das Cabanas, a frente urbana abaluartada. Estruturas defensivas articuladas com os fortes da Berlenga e da Consolação e o fortim do Baleal. Empreitada que envolveu arquitectos e engenheiros de renome nacional e internacional, cuja intervenção foi norteada pela visão de defesa conjunta do sítio de Peniche e do Reino de Portugal, com o fito da defesa de Lisboa".
Teve utilização militar até 1897, após o que manteve apenas a função de prisão. Em 1934, foi convertida em prisão política de segurança máxima do regime do Estado Novo.









O Fortim do Redondo, de planta circular, é a construção mais antiga. É "guarnecido por canhoneiras na frente voltada ao mar e centrado por torre sineira setecentista de configuração contracurvada e decorada por volutas, disposta em cima de três salas, destinadas ao isolamento no tempo da prisão do Estado Novo (conhecidas como "Segredo"). É envolvido por cordão e no interior apresenta dois lanços de escada que dão acesso às canhoneiras. A porta está voltada para a Praça de Armas e mostra frontão triangular com o ano de 1783 epigrafado e portão de ferro".











Em 1956, foram "demolidas as antigas casernas militares e construídos (por presos de delito comum) três blocos prisionais de alta segurança, os Blocos A, B e C, da autoria do arquitecto Rodrigues Lima, tendo passado a ser designada por Cadeia do Forte de Peniche".
Hoje, a Fortaleza alberga o Museu Nacional Resistência e Liberdade. Quando o visitei, os blocos não estavam ainda abertos ao público, mas pude visitar o Parlatório e o Segredo.















A Fortaleza de Peniche está classificada como Monumento Nacional desde 1938.

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