Pelourinho de Óbidos

Óbidos, Julho de 2019

O Pelourinho de Óbidos foi erigido, aparentemente, no início do século XVI, pouco antes do foral concedido por D. Manuel, em 1513. Situa-se na Rua Direita, adossado ao muro que separa a rua da Praça de Santa Maria, no alinhamento do chafariz e do portal da igreja. "Tem curiosa localização, não apenas por se encontrar numa rua relativamente estreita, em varanda sobre o referido largo, mas igualmente por se encontrarem os seus degraus parcialmente embebidos no muro que separa a rua da praça fronteira." Calcula-se que "deverá ter estado frente à Casa da Câmara (antigamente junto à Igreja de Santa Maria) até à reforma da praça no período de D. Manuel".
Consiste numa "estrutura em cantaria de granito, composta por soco semicircular de três degraus, sobre o qual assenta coluna com base de secção hexagonal, fuste cilíndrico dividido por anel médio em torsal, remate em coroa de acantos, abraçando pinha cónica, decorada por torsal duplo. Abaixo da pinha, adossados à parte terminal do fuste, o escudo real e o emblema de D. Leonor. Sobre a pinha uma flâmula em ferro".
D. Leonor, viúva de D. João II e irmã de D. Manuel I, era à época a "rainha velha". À sua iniciativa se deve o estabelecimento da rede de Misericórdias, assim como a construção do Hospital Termal e a fundação da povoação das Caldas da Rainha, hoje cidade, que mantém na sua heráldica o emblema de D. Leonor, o Camaroeiro, igualmente presente no Pelourinho de Óbidos. "Adoptado depois da morte do filho, o príncipe D. Afonso, o Camaroeiro representa a rede caridosa de um simples pescador da ribeira de Santarém que carregou o corpo do príncipe, após a queda de cavalo que o vitimou, até sua casa".
O Pelourinho de Óbidos está classificado como Monumento Nacional desde 1910.