Capela de Nossa Senhora do Mileu


Guarda, Agosto de 2022

Mais velha que a nação, a Capela do Mileu tem, provavelmente, raízes visigóticas, surgindo sobre estruturas de uma villa romana, que se encontra anexa e parcialmente escavada. Há quem situe a sua construção no século X, com reconstrução no condado de D. Henrique ou no reinado de D. Afonso Henriques. Sofreu obras, alterações e restauros ao longo dos séculos, e vários percalços jurídicos no século XX.
Trata-se de um "santuário instituído numa capela de construção românica, que se afirma como ponto importante nos caminhos de peregrinação a Santiago de Compostela. É de pequenas dimensões, de planta rectangular, composta por nave e capela-mor, com coberturas interiores diferenciadas, de madeira em masseira, executadas no século XX, e iluminada escassamente por pequenas frestas e uma rosácea, ainda românica. Revela-se como um exemplar do período de transição do românico para o gótico, no arco triunfal, com perfil apontado, sendo o portal axial e o arco triunfal em arcos dobrados, assentes em impostas salientes; as portas travessas assentam em impostas salientes, talhadas nos silhares, encimadas por lintel e falso frontão semi-circular. O portal axial possui rosácea simples, com decoração geométrica. A cachorrada ostenta decoração vária, com elementos fitomórficos, animais fantásticos e figuras humanas, que intercalam com pequenas edículas decoradas com elementos vegetalistas; sobre esta, surge um friso de esferas e a cornija. No arco triunfal, os capitéis possuem decoração vegetalista, zoo e antropomórfica, revelando que foram executados num período tardo-românico, em época de transição".
Foi classificada como Imóvel de Interesse Público, em Janeiro de 1950.



Há muito que não passava por ela. Consegui, desta vez, apanhá-la em movimento.

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