O regresso de D. Sebastião


Lisboa, Julho de 2022

Tenho andado tão distraída que ainda nem me tinha apercebido de que a estátua d'El Rei já está de volta à Estação do Rossio, e a dobrar!
No dia 21 de Julho de 2021, foi colocada, no nicho, uma réplica da escultura de Gabriel Faraill, encomendada pela Infraestruturas de Portugal a Pedro Lino, escultor e especialista em restauro e conservação de património, de Leiria.
"A produção da réplica demorou cerca de quatro meses, de acordo com um planeamento de trabalhos que envolveu a realização de moldes e contramolde do modelo original, que se encontra guardado no Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto, em Lisboa."


Imagem retirada daqui.

"A matéria-prima da escultura original era pedra de Ançã, originária da zona de Cantanhede, mas a pedreira esgotou-se, pelo que o artista teve de procurar rocha que fosse o mais semelhante possível. A escolha recaiu sobre o calcário "branco-mar" ou "moleanos relvinha", proveniente das Serras de Aire e Candeeiros, mais concretamente do concelho de Porto de Mós. A nova peça será reforçada, com espigões metálicos que a fixarão ao seu nicho, de modo a que não volte a cair, mesmo se um turista se voltar a empoleirar nela."



Porém, a estátua original também regressou! "Desfeita em 90 fragmentos que os serviços da Infraestruturas de Portugal (IP) recolheram na sua totalidade, a escultura, que muitos consideraram na altura irrecuperável, foi restaurada peça a peça, num trabalho moroso e de elevado grau de complexidade", pela conservadora Bruna Pereira de Oliveira, então na empresa Água de Cal, tendo sido concluído em agosto de 2020.








Imagens retiradas daqui e daqui.

Aparentemente, a estátua restaurada voltou, entretanto, à Estação, onde estava previsto ficar "exposta num local visível, mas protegida por uma redoma de vidro, para redução de eventuais danos futuros", já que se encontra "vulnerável, por ter perdido propriedades físicas e químicas devido à qualidade da pedra e à idade da mesma". Notícias de Julho de 2021 davam conta de que "se aguarda[va] da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) a apreciação ao projecto que prevê uma estrutura de vidro a proteger a escultura; a ideia é colocar a peça histórica no átrio inferior da estação, num local visível, mas protegida".
Passei por lá acompanhada e distraída, e nem me lembrei de procurar a dita. Ficará para uma próxima.

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