Homenagem (98)




Amadora, Fevereiro de 2017

Memórias da inauguração do "Bairro-Parque da Amadora" (hoje, Jardim da Mina), pelo primeiro Presidente da República Portuguesa, e do "Jardim-Parque" (actual Parque Delfim Guimarães). Esta última placa tem-me acompanhado desde a infância, e eu a ela, ao longo das vicissitudes por que tem passado.


Amadora, Abril de 2014


Fevereiro de 2017


Fevereiro de 2018

Também a placa de homenagem aos aviadores do voo Lisboa-Timor-Lisboa é um clássico do parque. Colocada em 1947, foi "beneficiada" pela CMA, em 1989, mas, em 2014, estava já em muito mau estado, pelo que foi, posteriormente, reabilitada.




Amadora, Fevereiro de 2017

O território hoje compreendido no concelho da Amadora teve uma história atribulada, em termos administrativos. Foi zona de camponeses da região saloia, que, no século XV, integrou, com Benfica, o Termo de Lisboa. Com a extinção do Termo de Lisboa, em 1852, o território de Benfica é primeiro integrado no novo concelho de Belém e, mais tarde, com a reforma administrativa do governo de Fontes Pereira de Melo, em 1886, é dividido. A parte exterior à nova Estrada da Circunvalação de Lisboa é integrada em Oeiras, com a designação de Benfica Extra-Muros, e a parte interior é integrada em Lisboa, com o nome de Benfica Intra-Muros, dando origem à actual freguesia de Benfica.
A nova freguesia de Benfica Extra-Muros, integrada no concelho de Oeiras, incluía os lugares a nordeste do velho núcleo de Benfica, entre os quais as povoações de A-da-Maia, Alfragide, Buraca, Carenque, Da Correia, Falagueira, Mina, Noudel, Porcalhota e Venda Nova. No entanto, a nova freguesia teve curta existência, sendo extinta pouco mais de dez anos volvidos, por decreto de 26 de Setembro de 1895, através do qual não apenas a freguesia de Benfica Extra-Muros foi suprimida (sendo os seus lugares anexados à freguesia de Belas, em Sintra), como até o próprio concelho de Oeiras foi extinto, passando a freguesia de Barcarena, e as freguesias de Carcavelos, Carnaxide e Oeiras e São Julião da Barra foram integradas no concelho de Cascais.
No entanto, a supressão do concelho de Oeiras pouco durou, tendo o mesmo sido recriado com praticamente o mesmo território (excepto a freguesia de Carcavelos, que desde então permaneceu integrada em Cascais), por decreto de 13 de Janeiro de 1898. As povoações que haviam integrado Benfica Extra-Muros não foram, porém, de novo autonomizadas em freguesia própria, tendo passado administrativamente de Belas (onde se encontraram durante pouco mais de dois anos) para Carnaxide (onde permaneceriam ao longo dos 18 anos seguintes). Foi durante a integração dos antigos territórios de Benfica Extra-Muros em Carnaxide que o conjunto urbano servido pela Linha de Sintra começou a ganhar expressão demográfica e coesão territorial.
O território da actual Amadora tinha como principal núcleo o lugar da Porcalhota, então situado ao longo de um dos mais antigos e importantes eixos viários da região, a Estrada Real que ligava a capital a Sintra, e provido mais tarde de uma estação ferroviária. Perto da Porcalhota, havia vários casais, entre eles os da Amadora, Venteira e Falagueira.
Na primeira década do século XX, um grupo de personalidades, composto por industriais, comerciantes e artistas, guiados por um conceito de progresso aliado ao modernismo, pretendem construir uma "Cidade-Jardim", com um evidente propósito de interligação da natureza com o núcleo urbano. Por essa altura, com o propósito de dotar a nova povoação de um nome mais dignificante, é dirigido pela população um requerimento ao Rei D. Carlos, que determina, através de Decreto de 28 de Outubro de 1907, que os lugares da Porcalhota, Amadora e Venteira passem a ter a denominação comum de Amadora.
O crescimento continuado deste núcleo povoacional levou a que o Congresso da República decidisse criar uma nova freguesia no concelho de Oeiras, separada da freguesia de Carnaxide, à qual se deu o novo nome de Amadora, pela Lei n.º 513 de 17 de Abril de 1916. Com uma crescente importância e desenvolvimento industrial, assistiu-se a uma alteração da composição sócio-económica da população local, que, além de agricultores, pequenos comerciantes, industriais, empregados públicos e comerciais, passa a integrar uma nova classe, o operariado.
Em 24 de Junho de 1937, a Amadora é elevada a vila. Três dias depois, é inaugurado o "Jardim-Parque", com a presença do Presidente da República, General Óscar Carmona. O dia 27 é marcado com cerimónias e festividades para celebrar não só este momento, mas também a elevação à categoria de vila.
Em 1962, quando comemorou o seu 25.º aniversário, a Amadora era já considerada a localidade mais populosa da linha de Sintra e com a mais elevada taxa de crescimento de toda a região de Lisboa, devido às migrações rurais, ao desenvolvimento industrial e à proximidade da capital. Por essa razão, a 11 de Setembro de 1979, foi criado o Município da Amadora e, sete dias mais tarde, a Cidade da Amadora. Este município foi o primeiro a ser criado após o 25 de Abril de 1974, deixando de ser, nessa data, uma freguesia do Concelho de Oeiras. O dia 11 de Setembro foi instituído como feriado municipal e homenageado na designação de uma das artérias estruturantes do centro da cidade.


Amadora, Março de 2018

As placas seguintes, todas colocadas na Igreja Matriz, homenageiam, respectivamente, a benção solene dos sinos, pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, em Março de 1996; o 50.º aniversário da dedicação da Igreja Matriz da Amadora, em 13 de Julho de 2008; e o início do respectivo Ano Jubilar, em 12 de Julho de 2007.






Amadora, Dezembro de 2015

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