#TBT: Porto Covo 2000


Porto Covo (Sines), Setembro de 2000

Porto Covo foi ponto de passagem obrigatório das duas vezes que, já adulta, estive a banhos na Costa Alentejana, respectivamente, em 1998 e 2000. Ficámos alojados no Sitava Milfontes, de onde partíamos diariamente quer para a magnífica Praia do Malhão quer, quando o Sol não convidava, para passeios vários motivados pela curiosidade turística e/ou gastronómica.
De Porto Covo retenho, sobretudo, as casinhas de rodapé azul do Largo Marquês de Pombal e uma rua direita à praia, ladeada de restaurantes, creio que a Rua Vasco da Gama, onde comi a melhor cataplana de marisco da minha vida. Lembro-me, também, de visitar o Forte do Pessegueiro, e pouco mais.
Íamos com frequência a Vila Nova de Milfontes, de onde me vêm à memória a Igreja de Nossa Senhora da Graça, o Forte de São Clemente (o Castelo) e as vistas do rio Mira. Não tenho a memória mais fresca porque, entre mudanças várias, acabei por perder a maior parte das fotografias que tirei nessa época.
Assim de cor, sem conseguir já situar em qual dos dois períodos de férias que lá passámos, recordo-me de termos visitado Odemira e de termos descido a costa até à Ponta de Sagres, passando pelo Cabo Sardão, Odeceixe e Aljezur, onde me lembro de termos comido num restaurante chamado Ponte a Pé que ficava junto a uma ponte pedonal. Visitámos a Fortaleza de Sagres e, talvez, já não estou certa, o Cabo de São Vicente.
Num dia de nevoeiro, que já não era o primeiro, perdemos a paciência e resolvemos partir para o interior, à procura do Sol. Tanto andámos que acabámos em Beja, cidade que eu não conhecia e aonde só voltei de passagem. Lembro-me de que gostei bastante: não era tão feia como me diziam nem estava tanto calor como eu imaginava, achei o castelo bonito e bem conservado e a cidade simpática. Recordo os arcos da Igreja de Santa Maria, uma rua pedonal bonita, no centro, um parque fresco, um lago com patos, e pouco mais.
Também visitámos Santiago do Cacém e a estação arqueológica de Miróbriga, onde fui picada pela única vespa que alguma vez me agrediu, apesar do terror que tal espécie sempre me inspirou. Creio que foi também nessa altura que visitámos um moinho de vento, convertido em pólo museológico, muito provavelmente o Moinho Municipal da Quintinha, nas Cumeadas.
Outro passeio levou-nos a Sines, aonde eu não voltara desde as férias balneares na amena vila piscatória, em 1968 e 1970. Dessa época, retenho pequenas memórias, a preto e branco, em formato 5 x 5 cm. Desta vez, visitámos a cidade e o castelo, com a imponência do complexo industrial, ao fundo, e de mais não me lembro.
Tudo o resto são memórias soltas: o melhor sargo da região, assim dizia o jornal, numa tasca que muito trabalho nos deu a encontrar, por entre aldeias e montes, mas valeu a pena; a Lagoa de Santo André; as estradas longas e poeirentas; as rochas e as falésias; o espaço e a tranquilidade da Praia do Malhão. E o Rui Veloso, a cantar-me baixinho ao ouvido.
(Ainda um dia hei-de falar mais sobre a banda sonora das minhas andanças.)

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