Papa-unescos (XIV)


Santiago de Compostela (Espanha), Julho de 2005

(43) Cidade velha de Santiago de Compostela (Espanha)

Estive pela primeira vez em Santiago em Julho de 1997. Nesse ano, fizemos férias em Melgaço, numa casinha simpática, mesmo à beira do rio Minho. Todos os dias descíamos até à praia fluvial, de onde víamos e ouvíamos os nossos confrades galegos, igualmente a banhos, a desafiarem-se para cruzar o rio, a ver se em Portugal se estava melhor. Escusado será dizer que os rapazes portugueses não se ficavam atrás, e nós a vê-los, de um lado para o outro, a exibirem braçadas vigorosas contra a corrente, que era forte.
Quando nos cansávamos dessa quietude balnear, aproveitávamos para explorar a região: Melgaço, Monção, Valença, Serra da Peneda, Ourense e Santiago, foram alguns dos nossos passeios. Lembro-me das curvas por entre as florestas galegas, vigiadas por helicópteros, que se aproximavam para espiar as intenções de alguma portuguesa nauseada que se apeasse à beira da estrada. Lembro-me das grades de Estrella Galicia que nos refrescaram aqueles dias. Lembro-me de achar que os galegos falavam muito bem português, com um forte sotaque transmontano, até perceber que era galego raiano. E lembro-me da imponência barroca da Catedral de Santiago.
Não guardei grandes imagens dessa época, em que os recursos eram analógicos e, fruto das modas, em formato de diapositivo; a maior parte perdeu-se nas mudanças.







Em meados de Julho de 2005, desafiaram-me para lá voltar, para apoiar um colega que ia prestar provas académicas. E fui, desta vez armada de máquina digital, a que dei uso, apesar de o tempo ser pouco. Chegámos já ao final do dia, fomos à procura de tapas e de albariño; no dia seguinte, depois das provas, um pouco de turismo; ao terceiro dia, comprámos doces e tetilla fumada e fizemo-nos à estrada.





Outra vez a Rúa do Vilar, a Rúa do Franco, a Praza do Obradoiro, a Catedral -- e, pela segunda vez, sem perceber que fila era aquela de gente a circular por trás do Santo (preparo mesmo muito mal as minhas viagens, já perdi a conta às coisas que só percebo na volta).



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