Las Estrellas del Camino
Tui (Pontevedra, Espanha), Agosto de 2022
Mural de Daniel Eime, realizado, em 2022, no âmbito do projecto "Las Estrellas del Camino: Miradas de Resistencia/As Estrelas do Caminho: Olhares de Resistência", uma iniciativa da cervejeira Estrella Galicia (saudades...).
Explica a marca: "Na Estrella Galicia queremos prestar homenagem a uma sociedade que, durante gerações, dedicou-se a ajudar, a acolher os peregrinos que, dia após dia, ano após ano, passam à frente das suas casas, das suas ruas, das suas povoações... Uma tradição que resistiu à passagem do tempo e que continua ainda vigente. Uma forma de ser, uma filosofia de vida que provavelmente é a principal causa do reconhecimento e da dimensão internacional que o Caminho tem actualmente.
Em 2021, abrimos a primeira galeria, cobrindo as sete últimas etapas do Caminho Francês que abrange uma distância de 140 km. Em cada uma destas etapas, descobrimos uma obra de grande formato a cargo do artista Mon Devane. Em 2022, abrimos a segunda galeria da exposição, no Caminho Português. Uma nova rota artística que cobre a distância entre o Porto e Santiago de Compostela ao longo de dez etapas, de 230 km. Como evolução da temática, e mantendo-nos sempre firmes na intenção de recolher, documentar e transmitir estes olhares de resistência, quisemos aprofundar outro elemento importantíssimo no Caminho de Santiago: o diálogo. O diálogo como parte fundamental para nos relacionarmos uns com os outros. O diálogo como elo de ligação entre as gentes de ambos os lados de 'la raya' e também aquele diálogo que pessoas de diferentes culturas e países partilham no seu percurso a Santiago e que é uma parte fundamental das múltiplas experiências que o próprio Caminho oferece. Por tudo isto, quisemos que o diálogo estivesse presente na própria criação da exposição, para a qual colaborámos com dois artistas: Lula Goce (Galiza) e Daniel Eime (Portugal), que alternarão as suas intervenções ao longo de toda a rota, estabelecendo assim uma 'conversa' através das suas obras".
Com um total de 370 km, esta iniciativa é anunciada como "a exposição de arte ao ar livre mais extensa do mundo". A segunda galeria, com etapas em Matosinhos, Barcelos, Ponte de Lima, Rubiães, Tui, O Porriño, Pontevedra, Caldas de Reis e Padrón, é constituída por murais em empenas de prédios e pontes, cada um deles acompanhado por um marco com informação detalhada sobre a pessoa retratada. Associada às obras, sugirá ainda uma série de curtas-metragens com "diferentes diálogos" entre elas, nos quais as pessoas falam "sobre o que o Caminho representa nas suas vidas ou como estão envolvidas na vida quotidiana das suas localidades", com o objectivo de cruzar as culturas e modos de estar da Galiza e de Portugal.
Cada mural representa e homenageia um protagonista local com uma história de luta pessoal que reflecte o seu vínculo à sua terra ou ao Caminho (artistas, artesãos ou atletas que encarnam o espírito do peregrino, com valores como a superação e a irmandade, e mantêm vivo o espírito do Caminho de Santiago), para que os peregrinos que o percorrem possam contactar com as suas histórias "de resistência".
A obra de Daniel Eime em Tui retrata Andrea González, "jovem pianista que começou a realizar as suas primeiras gravações, interpretando as obras de Rosendo Salvado, clérigo espanhol que abriu a chamada 'rota dos antípodas', caminho que une Perth (Austrália) ao Porto e desde aí junta-se ao Caminho português até chegar a Santiago".
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