Farol de Santa Catarina


Figueira da Foz, Junho de 2022

O Farol de Santa Catarina é constituído por uma torre cilíndrica em ferro fundido com cerca de 10 metros de altura, com lanterna e galeria, tudo pintado de vermelho. Foi construído em 1888 e desactivado como ajuda à navegação em 1969. Sofreu obras de recuperação, incluindo substituição integral da chapa e dos varadins, em 2001.
Advém-lhe o nome de ter sido instalado no interior do Forte de Santa Catarina.



O Forte de Santa Catarina teve a sua construção iniciada cerca de 1590, sobre alicerces que se acredita remontarem ao reinado de D. João I (1385-1433).
"À época da Dinastia Filipina, em Outubro de 1585, alguns homens-bons da Câmara Municipal de Coimbra requereram a Filipe I de Portugal (1580-1598) a construção de um forte, a erguer à entrada da barra do rio Mondego, nos rochedos conhecidos como Monte de Santa Catarina. Em atenção a essa solicitação, as obras de edificação do forte terão sido iniciadas algum tempo depois, com recursos oriundos das rendas da vila de Buarcos, da Universidade de Coimbra, do Cabido e do Mosteiro de Santa Cruz."
O Forte apresenta planta no formato triangular, orgânica, adaptada ao terreno irregular sobre o qual se ergue. Foi criticada por apresentar um ângulo muito agudo nas faces de um dos baluartes, que poderia comprometer a defesa. Os restantes apresentam-se com faces em forma de cauda de andorinha. Na praça de armas, foram edificadas as casernas e a Capela de Santa Catarina - um oratório de planta quadrangular e tipologia maneirista, edificado por volta de 1598, com uma imagem da padroeira datando do século XVIII.
Ameaçou ruína por diversas vezes e sofreu obras de reforço, iniciadas em 1643, no contexto da Restauração da Independência. Nessa altura, foi aumentada uma das cortinas da fortificação, ampliando-lhe a artilharia para 15 peças de diferentes calibres.
Em 1888, foi aí instalado o farol.



O Forte tem uma história atribulada: foi saqueado por corsários ingleses, em 1602; foi ocupado pelas tropas napoleónicas, sob o comando de Junot, no contexto da Guerra Peninsular, em 1808; alguns meses depois, foi libertado por uma força constituída por duas dezenas de estudantes voluntários da Universidade de Coimbra, sob o comando do Sargento de Artilharia Bernardo António Zagalo e do Sargento de Infantaria Inácio Caiola, à frente de algumas centenas de populares; foi ocupado em seguida pelas forças do Almirante Charles Cotton, que, no comando da esquadra britânica ao largo da costa portuguesa, pôde dessa forma assegurar o desembarque seguro de 13.000 homens sob o comando de Arthur Wellesley, futuro Duque de Wellington, na costa de Lavos, a 1 de Agosto do mesmo ano.



O conjunto de Forte e Farol encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público, por Decreto de 1961.

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