Forte de São Francisco de Lovelhe


Lovelhe (Vila Nova de Cerveira), Agosto de 2022

O Forte de Lovelhe é uma fortaleza abaluartada, com a forma de um trapézio, pensada para impedir a passagem das tropas espanholas pelo Rio Minho, e assim resistir às tentativas de união ibérica, preconizada pela dinastia filipina.
"A sua construção data dos inícios da Guerra da Restauração, tendo sido integrado na linha defensiva do Minho, que guarnecia a margem esquerda do rio Minho e parte do litoral atlântico português adjacente à sua desembocadura. Iniciadas em 1642, as obras de edificação foram dirigidas pelo Mestre-de-Campo General D. Francisco de Azevedo e Ataíde (Porto, 1616-Lisboa, 1669), tendo ficado concluídas apenas no ano de 1663.
Estrategicamente posicionado a muito curta distância do rio, num ponto onde este poderia ser passado a vau, contava com um número variável de peças de artilharia e comunicava visualmente com a Atalaia de Lovelhe, cruzando fogos de artilharia com ela e também com o vizinho castelo de Vila Nova de Cerveira. Apesar de ser considerado de mais fácil e vantajosa defesa do que o velho castelo medieval da vila, o Forte de Lovelhe viria a ter um historial de utilização militar bastante irregular, quase intermitente, com longos períodos de semiabandono, alternados por períodos de actividade em que esteve activo, municiado e guarnecido."
O forte viria a ter a sua única acção militar de grande envergadura, durante a Segunda Invasão Francesa, ao impedir as tropas sob o comando de Soult de efectuarem a travessia do Rio Minho, em frente a Vila Nova de Cerveira, em 13 de Fevereiro de 1809.



É um "forte de construção seiscentista, de planta pentagonal composta por cinco baluartes irregulares, quatro laterais, de estrutura igual dois a dois e unidos por cortinas semicirculares, e o quinto mais largo. Paramentos em talude, de cunhais aparelhados sobrepujados por guaritas circulares, apresentando uma única entrada, com portal de arco de volta perfeita, e escarpa interior em torrão. É envolvido por contra-escarpa igualmente em torrão. Forte de pequenas dimensões, já não possui cordão e parapeitos, o remate do portal de acesso e a abóbada do túnel de entrada, nem os edifícios do interior, conservando contudo as guaritas, com cúpula exteriormente piramidal, propositadamente colocadas nos ângulos dos baluartes."
Foi classificado como Imóvel de Interesse Público, em 1979, e, juntamente com a Estação Arqueológica de Lovelhe, nas suas imediações, ascendeu à categoria de Sítio de Interesse Público, em 2018.

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