Ribatejo




Couço (Coruche), Maio de 2017

[Lá onde nasce o Rio Sorraia, pela junção da Ribeira de Sor e da Ribeira de Raia.]

Quando criei este espaço, foi em resposta a um desafio para partilhar as minhas viagens pelo estrangeiro. Por isso, quando o Blogger criou um sistema de etiquetagem para as entradas, comecei por individualizá-las por países. No entanto, ia anotando também as minhas andanças (e permanências) nacionais, e depressa a etiqueta "Portugal" se mostrou pouco operacional e tive de dividir o país: primeiro, só as zonas mais recorrentes (Portalegre, Lisboa, Amadora, Alentejo); depois, senti necessidade de atribuir uma identidade regional a outras paragens, e tive de pensar bem como criar etiquetas suficientemente específicas para gerar pesquisas homogéneas, e simultaneamente latas para não me perder num mar de classificações (a pouco e pouco, acabei com 85 etiquetas, mas, de vez em quando, faço uma revisão da classificação e o número abate, por pouco tempo). Finalmente, resolvi dividir o país em grandes regiões, primeiro, com contornos grosseiros, depois, mais ou menos coincidentes com a classificação NUTS II. E então surgiu um problema: o que fazer com o Ribatejo?
Numa certa altura da minha vida, andei muito pelo Ribatejo, trabalhei em Benavente, fiz amigos na Glória do Ribatejo, participei numa campanha eleitoral em Salvaterra de Magos -- já para não falar das vivências tauromáquicas da minha infância (as Festas do Colete Encarnado, em Vila Franca de Xira; as do Barrete Verde, em Alcochete; a Feira Nacional do Cavalo, na Golegã). Para mim, o Ribatejo sempre teve uma identidade própria, para o que contribuiu a ferocidade identitária dos meus amigos ribatejanos.
Agora, a Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (que só poderiam mesmo ser esses, que nunca outros), acabou com o Ribatejo, afirma que nunca existiu, que foi uma criação do tempo do outro senhor, e distribuiu-o pelo Centro e pelo Alentejo.
Ora, para mim, enfiar Santarém no Alentejo ou Tomar no Centro, a par com as Beiras, é coisa que não faz sentido. Assim, e correndo o risco de esmiuçar demasiado a minha classificação, resolvi hoje criar a etiqueta "Ribatejo". Chamem-me sentimental, e eu ralada.

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